Ataque hacker à Unimed levanta alerta sobre segurança digital na saúde brasileira
Grupo Sarcoma diz ter vazado dados da Unimed; empresa nega invasão e garante segurança totalO sistema de cooperativas Unimed foi alvo de uma nova polêmica digital nesta semana. O grupo de cibercriminosos Sarcoma afirmou ter invadido servidores da instituição e obtido cerca de 2,8 terabytes de dados — um volume gigantesco de informações que, segundo eles, incluiria registros de clientes, funcionários e documentos de identidade.
A denúncia veio à tona após publicações feitas em perfis especializados em segurança cibernética no X (antigo Twitter), que divulgaram supostos trechos do banco de dados e até uma imagem censurada de um documento. Os invasores afirmam ter realizado um ataque do tipo ransomware, em que os arquivos são criptografados e o acesso só é liberado mediante pagamento.
Unimed nega vazamento e reforça segurança
Em nota enviada a Imprensa a Unimed do Brasil negou qualquer comprometimento dos sistemas centrais. A cooperativa afirmou que não há registro de interrupção de serviços ou de impacto a clientes, cooperados e operações.
Segundo a entidade, a rede Unimed é composta por cooperativas autônomas e, portanto, um eventual incidente local não teria repercussão nacional. A organização declarou ainda que mantém um programa contínuo de governança e segurança de dados, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
A Unimed também destacou que um episódio cibernético ocorrido em maio de 2025 foi solucionado rapidamente e não resultou em vazamento de informações, frisando que esse caso não tem relação com as novas alegações.

Setor de saúde: o novo alvo preferido dos hackers
Especialistas apontam que o setor de saúde tem se tornado um dos principais alvos de ataques digitais no mundo. Isso porque bancos de dados hospitalares e de planos de saúde armazenam informações extremamente sensíveis, como históricos médicos, exames, endereços e números de documentos.
Esses dados têm alto valor no mercado negro digital e podem ser usados para fraudes, chantagens ou até falsificação de prescrições médicas.
O que ainda se sabe
Até o momento, não há comprovação independente do vazamento de dados da Unimed. O grupo Sarcoma não apresentou evidências públicas robustas, e a empresa segue investigando a suposta invasão.
Enquanto isso, a comunidade de segurança acompanha o caso de perto — e reforça o alerta: o Brasil precisa ampliar os investimentos em proteção cibernética na saúde, setor essencial que lida diretamente com a privacidade e a vida de milhões de pessoas.