A Microsoft anunciou a demissão de aproximadamente 6.800 funcionários, o que representa cerca de 3% do seu quadro global de colaboradores. A decisão faz parte de um plano de reestruturação interna que visa redirecionar investimentos para o setor de Inteligência Artificial (IA), considerado estratégico para o futuro da empresa.

A medida foi confirmada nesta semana e atinge profissionais de diversas áreas, incluindo engenharia, vendas e suporte. Fontes internas apontam que os cortes são resultado de um reposicionamento da empresa para acelerar o desenvolvimento de ferramentas baseadas em IA generativa, como o Copilot do Microsoft 365 e integrações com o Azure.

“Estamos nos ajustando para acompanhar as rápidas transformações tecnológicas e garantir que nossa força de trabalho esteja alinhada às prioridades de inovação da companhia”, declarou um porta-voz da Microsoft.

Foto: Revista40graus/Eloy Figueiredo

Microsoft demite 6.800 funcionários em reestruturação focada em Inteligência Artificial

Sinal de alerta no setor

As demissões ocorrem em um cenário de crescimento contínuo da Microsoft, que recentemente ultrapassou os US$ 3 trilhões em valor de mercado, impulsionada pela corrida global pela liderança em inteligência artificial. Ainda assim, o corte de milhares de empregos acende um alerta no setor de tecnologia, que já viveu uma onda de demissões em 2023 e 2024, com gigantes como Google, Meta e Amazon realizando reestruturações semelhantes.

Analistas do mercado apontam que essas mudanças refletem uma mudança de paradigma: empresas buscam reduzir custos operacionais tradicionais para investir em automação, nuvem e IA, tecnologias que exigem menos mão de obra humana direta.

Impacto humano e social

A notícia gerou grande repercussão nas redes sociais, onde ex-funcionários relataram surpresa e frustração com a forma como os desligamentos foram conduzidos. Embora a Microsoft afirme que os colaboradores afetados receberão pacotes de desligamento e apoio para recolocação, sindicatos e entidades trabalhistas criticam a medida.

“A transição para a era da IA não pode ser feita às custas dos trabalhadores”, declarou uma representante da Tech Workers Union.

Contexto e tendência

A Microsoft vem se posicionando como líder na incorporação da IA em seus produtos. A empresa investiu bilhões na OpenAI, criadora do ChatGPT, e tem promovido uma integração cada vez mais profunda entre IA e seus serviços — como o pacote Office, Bing e Azure.

Com a demissão em massa, a gigante tecnológica sinaliza que a automação e a IA serão os novos pilares da estrutura corporativa, mesmo que isso implique em cortes substanciais em sua força de trabalho atual.