Bolsonaro cita golpe de 1964 para negar tentativa de novo golpe em 2022

O ex-presidente é acusado pelos crimes de tentativa de golpe e organização criminosa
Redação
Foto: Reprodução | Foto: Antonio Augusto/STF
Jair Bolsonaro, ex-presidente, e Alexandre de Moraes, ministro do STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PT) usou, durante o interrogatório sobre a trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), a ditadura militar de 1964 como argumento para sustentar a inexistência de tentativa de golpe liderada por ele em 2022.

Em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro ressaltou o apoio de diferentes grupos da sociedade à ruptura democrática ocorrida na década de 1960 e chamou o movimento político que instaurou a ditadura de “questão de 64 que a esquerda chama de golpe até hoje”.

A linha de pensamento do ex-presidente segue a ideia de que não haveria suporte suficiente para um golpe atualmente, visto que  tal ruptura necessita do apoio da sociedade para acontecer e, em seguida, se manter posteriormente.

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A fala de Bolsonaro representa uma linha de raciocínio que tenta justificar a instauração da ditadura militar através da noção de que as Forças Armadas teriam, na época, atuado como “salvadoras” da nação em oposição à possibilidade de uma ditadura comunista que poderia vir a acontecer no Brasil.

O político é acusado de cometer os crimes de: organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado. Caso seja condenado, pode pegar até mais de 39 anos de prisão e aumentar o seu período de inelegibilidade, que atualmente vai até 2030.

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