Quando a Versão Não Bate com a Realidade

Motorista tenta se explicar, Justiça avança, e a apuração desmonta desculpas frágeis
Redação

Douglas Alves da Silva, 26 anos, protagonizou um dos episódios mais revoltantes dos últimos meses — e ainda tentou se defender com uma narrativa que só convence quem não leu uma linha da investigação. O motorista, que atropelou e arrastou Tainara Souza Santos, 31, pelas ruas de São Paulo, afirma que não tinha qualquer relação com a vítima. Uma versão que, segundo a própria polícia, desmorona sem esforço.

Foto: Câmeras de segurança
Homem atropela ex e arrasta por vias de São Paulo; ela teve as duas pernas amputadas

Após a audiência de custódia desta segunda-feira (1º), a Justiça — felizmente indiferente às “desculpas criativas” apresentadas — determinou prisão temporária de 30 dias para Douglas. O caso foi registrado como tentativa de feminicídio, e a decisão judicial sinaliza que a investigação seguirá o caminho correto: firme, técnico e imune a versões improvisadas.

Foto: Reprodução
Douglas Alves Da Silva, de 26 anos, suspeito de ter arrastado Tainara Souza Santos, de 31, em um carro na Marginal Tietê

Na manhã de sábado (29), após sair de um bar, Douglas atropelou e arrastou Tainara por cerca de um quilômetro, mesmo com o corpo preso ao veículo. O resultado foi devastador: ela teve as duas pernas amputadas e segue internada em estado grave. Ainda assim, o motorista insiste que “não percebeu” nada — apesar das buzinas, do barulho e da lógica elementar. Uma justificativa tão frágil que nem o meio de comunicação nacional que o entrevistou conseguiu deixar de estranhar.

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A apuração policial, no entanto, contraria praticamente todos os pontos apresentados por Douglas. O delegado Augusto Cesar Pedroso Bicego, do 90º DP, afirma que o depoimento dele entra em choque com o que já foi coletado — inclusive com a fala de Kauan Silva Bezerra, amigo que estava no carro e que relatou ciúmes, crise emocional e motivação passional para o crime.

Foto: Redes Sociais
Tainara Souza Santos

O advogado de Tainara confirmou ao mesmo meio de comunicação que Douglas e a vítima já haviam se relacionado algumas vezes. Versão que coincide com o que Kauan contou e com o que a família afirmou. Ou seja: a suposta falta de vínculo não passou no primeiro teste de realidade.

Foto: Redes Sociais
Douglas Alves Da Silva

Para piorar o cenário, Douglas ainda apresentou resistência na hora da prisão, segundo o boletim de ocorrência, chegando a tentar desarmar um policial. Foi encontrado em um hotel na Vila Prudente — nada que lembre muito alguém decidido a “se entregar calmamente”, como alegou sua defesa.

Enquanto isso, a família de Tainara vive um drama incomparável. Ela é mãe de duas crianças, de 12 e 8 anos. O irmão, Luan Henrique, afirma que a mãe está em choque e que a família não permitirá que o caso caia no esquecimento. Tainara, segundo eles, é trabalhadora, bondosa e não tinha qualquer histórico de conflito com o agressor.

No fim, a tentativa de sustentar uma versão fantasiosa não resistiu ao que realmente importa: a apuração séria, a atuação firme da Justiça e a proteção às vítimas. E, neste caso, a ironia é amarga: quem tentou acelerar para “dar um susto” agora precisa encarar a velocidade da lei — e essa, felizmente, não falha.

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