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Haddad chega a encontro do Mercosul entre acordos com europeus e cortes de tarifas

Ampliação de exceções para cobranças tarifárias era uma demanda do governo de Javier Milei
Redação

O ministro Fernando Haddad, vai começar o dia nesta quarta-feira (2), em Buenos Aires, com o desafio de aparar as arestas com os argentinos antes da participação do presidente Lula na Cúpula do Mercosul, que acontece até quinta-feira (3).

O chefe da Fazenda participa, às 8h30, de uma reunião com seus pares do bloco, além de presidentes dos respectivos bancos centrais.

Foto: Luis Robayo/AFPO ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, durante uma coletiva de imprensa em Brasília
O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, durante uma coletiva de imprensa em Brasília

Em seguida, terá uma reunião bilateral com o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, em um encontro marcado a pedido do governo argentino.

Mantendo uma relação fria com seu par Javier Milei desde que o ultraliberal assumiu o poder, em dezembro de 2023, Lula participará do evento reservado aos chefes de Estado na quinta-feira (2). É também quando o Brasil assumirá a presidência rotativa do Mercosul, de julho a dezembro, após a passagem de bastão dos argentinos.

No encontro, Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e a novata Bolívia devem confirmar a decisão de ampliar em 50 produtos a lista de exceções à TEC (Tarifa Externa Comum).

A tarifa sobre produtos importados de países de fora do bloco serve para estimular o comércio entre os signatários, mas a flexibilização era uma demanda do governo Milei, que costuma se referir ao bloco sul-americano como "prisão" e por diversas vezes manifestou seu desejo de negociar com os Estados Unidos, de Donald Trump.

Com a nova exceção, 150 códigos tarifários poderão ter cobrança flexibilizada.

"Essa aprovação representa uma concessão do governo brasileiro a um pedido da Argentina, e ela é derivada um pouco da situação global da questão tarifária, do comércio internacional", disse a embaixadora Gisela Padovan, secretária para América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores a jornalistas na última semana

"A Argentina, então, solicitou esse aumento e, com base em alguns parâmetros que nós sugerimos, devemos ter essa resolução assinada nesta próxima cúpula."

Na reunião de cúpula do bloco, também estão em pauta os acordos com a União Europeia e com a Efta (Associação Europeia de Livre Comércio), bloco formado por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça). Ambas as negociações foram marcadas por exigências adicionais de proteção ambiental.

Na segunda-feira (30), a Comissão Europeia anunciou que irá apresentar em breve o texto legal do acordo de livre comércio com o Mercosul, iniciando assim a análise e discussão para sua ratificação.

Um funcionário havia mencionado que os textos seriam apresentados antes do final de junho, mas isso não aconteceu.

Já com a Efta, conforme confirmado mais cedo pela coluna Painel S.A., o acordo com o Mercosul poderia ser finalmente selado. A medida ampliaria o acesso dos produtos do bloco a um conjunto de 14,9 milhões de consumidores, com PIB (Produto Interno Bruto) somado de US$ 1,4 trilhão.

Em março, técnicos dos dois blocos se reuniram para uma rodada de negociações, sob coordenação da Argentina. De acordo com os porta-vozes do Mercosul, a ronda de negociações aconteceu depois de uma intensa troca técnica nos meses anteriores.

 

Fonte: Revista40graus e colaboradores

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