Baratas e colchões sujos denunciam abandono em UPA na zona Leste de Teresina
Os servidores dizem que estão sendo humilhadosPopulares e servidores estão compartilhando vídeos gravados dentro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Satélite, na zona Leste de Teresina, expõem uma realidade alarmante: baratas circulando livremente no espaço reservado ao repouso dos profissionais de saúde, colchões empilhados em estado precário e relatos de assédio moral contra servidores. As imagens foram divulgadas pelo Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Piauí, que denuncia o agravamento das condições de trabalho nas unidades geridas pela Fundação Municipal de Saúde (FMS).

Segundo o presidente do Sinapec, Erick Riccely, a situação reflete o completo abandono da rede pública de saúde da capital. Ele relata que, desde 2020, os problemas estruturais e de gestão vêm se intensificando, sem qualquer sinal de melhorias mesmo passados os primeiros sete meses de 2025.
“Esse cenário de abandono e negligência só tem piorado. E, nesses sete meses de 2025, não vimos qualquer avanço. Pelo contrário, muitas coisas vêm ficando cada vez pior, principalmente no que diz respeito à manutenção desses ambientes de trabalho”, afirma Riccely.
As imagens divulgadas mostram o local reservado para o descanso dos profissionais da UPA tomado por baratas. Em um dos vídeos, é possível ver os insetos andando sobre os calçados de servidores. Colchões estão amontoados em pé, sujos e aparentando mau estado de conservação. A área não possui ventilação adequada, limpeza recorrente nem mobiliário digno para o repouso de plantonistas que enfrentam longas jornadas.
“É inadmissível que o espaço de repouso dos servidores de saúde esteja infestado de baratas, com colchões sujos e condições completamente insalubres. Estamos falando de profissionais que se dedicam diariamente ao atendimento da população e, no mínimo, merecem um ambiente limpo e digno para seus momentos de descanso”, reforça o presidente do sindicato.
Além da questão sanitária, o sindicato também denuncia práticas recorrentes de assédio moral contra os profissionais da UPA. De acordo com os relatos recebidos pelo Sinapec, os servidores perderam até o direito básico de armazenar seus pertences de forma segura. Armários que antes eram usados por técnicos e enfermeiros foram retirados sem aviso prévio, e os objetos pessoais dos funcionários foram colocados em sacos plásticos e deixados no chão da unidade.
Fonte: Revista40graus e colaboradores