Bombeiros do Piauí treinam para salvar vidas — enquanto a sociedade torce por heróis de verdade
Curso com 1.492 horas forma 272 soldados, porque tragédia não espera improvisoO Corpo de Bombeiros Militar do Piauí inicia, nesta terça-feira (9), a aula inaugural do curso de formação de soldados. A solenidade, claro, reúne autoridades de todas as forças de segurança — porque discurso bonito de auditório sempre aparece quando o assunto é formar quem, de fato, coloca o corpo no fogo pela população.
Serão seis meses de treinamento, 1.492 horas-aula, oficinas, atividades de campo e o cronograma completo para preparar 272 futuros bombeiros — aprovados no concurso de 2023 e alguns sub judice — para a rotina onde adrenalina e responsabilidade convivem diariamente. Nada de romantização: aqui, uma decisão errada pode custar vidas, não só manchetes.
Antes da sala de aula, os alunos passaram pela famosa “Semana Zero”, cinco dias de intenso choque de realidade: circuitos, exaustão, postura militar, hierarquia, disciplina — porque salvar desconhecidos exige bem mais do que uniforme novo e uma foto de formatura.
Para o comandante-geral do CBMEPI, coronel José Rêgo, o início do curso é um marco para o estado e para o reforço da corporação. A chegada dos novos profissionais não é apenas crescimento de efetivo: é a esperança renovada de que, quando a sirene soar, haverá mãos treinadas para agir. “É essencial que se dediquem e apresentem desempenho de qualidade”, pontua o coronel — como se excelência fosse opcional quando o trabalho envolve correr para o perigo enquanto todos fogem.
Já o diretor de Ensino, Instrução e Pesquisa do CBMEPI, coronel Moura, lembra que o curso é mais do que técnica: é transmissão de valores que sustentam a credibilidade da instituição — disciplina, ética, coragem, espírito de corpo. Qualidades raras no dia a dia burocrático, mas abundantes quando o bombeiro encara incêndios, enchentes e resgates onde cada segundo vale uma história inteira.
A sociedade agradece. Porque, no fim das contas, enquanto autoridades tiram fotos e fazem discursos, são os bombeiros que mergulham na lama, enfrentam labaredas e seguram vidas com as próprias mãos.
Fonte: Revista40graus, BM e colaboradores
