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Defesa Civil emite alerta extremo e sirenes tocam

E moradores e suas casas no Guarujá. Após tempestade que deixou o ABC paulista debaixo d'água
Redação

Como previsto pelos institutos de meteorologia, a chuva com forte intensidade chegou à região metropolitana de São Paulo na tarde deste sábado (19), principalmente, no ABC. Depois, o temporal seguiu para o litoral paulista.

Às 20h30, a Defesa Civil do estado enviou um alerta extremo para a área da Barreira do João Guarda, em Guarujá, e soou as sirenes de aviso orientando os moradores a evacuarem suas casas e irem para a escola Municipal Sérgio Pereira, na Avenida Atlântica, 1516, Balneário Cidade Atlântica.

Um deslizamento de terra ocorreu no Morro do Bio e a área atingida foi interditada preventivamente. Foram evacuadas 15 pessoas para o abrigo municipal pré-determinado.

Foto: Redes SociaisRua alagada no bairro da Enseada, em Guarujá, na noite deste sábado (19), devido ao temporal que atinge o litoral paulista
Rua alagada no bairro da Enseada, em Guarujá, na noite deste sábado (19), devido ao temporal que atinge o litoral paulista

A Prefeitura de Guarujá informou que, nas últimas três horas, o volume de chuvas chegou a 171 mm. E que os moradores da região da Cachoeira foram encaminhados ao Ginásio Guaibê (avenida Santos Dumont, 420 - Santo Antônio), que também está disponível como ponto de acolhimento.

"Equipes da Defesa Civil, compostas por técnicos e geólogos, estão atuando para atender às ocorrências e vistoriar as áreas de risco. O Município encontra-se em estado de atenção", informa a prefeitura, em nota.

Há informações de alagamentos e casas invadidas pelas águas em vários bairros, como na Enseada, onde a rua Áureo Guenaga de Castro está totalmente cheia d'água. Nas redes sociais, moradores da cidade informavam a mesma situação nos bairros Pernambuco, Vila Edna, Vila Zilda e Santo Antônio.

Levantamento do Inmet e do Cemaden divulgado às 20h03 informava que a cidade da Baixada Santista era a mais atingida pelo temporal nas últimas três horas. No Jardim Albamar choveu 102mm, seguido por Pereque (89mm), Enseada (84mm) e Vila Baiana (70mm).

Santos também está enfrentando um forte temporal, que chegou a fazer o Canal 3 transbordar, alagando as vias no entorno. A avenida da orla também está alagada em vários trechos.

Em São Vicente, o asfaltou cedeu e precisaram interditar um fluxo importante da Linha Amarela, no trecho entre o Hipermercado Carrefour e a Linha Vermelha, sentido centro. Segundo a prefeitura, o local ficará interditado até a avaliação da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Engenheiro da Administração Municipal, após uma parte do asfalto ceder na esquina da avenida Marechal Deodoro com a rua Pero Lopes de Souza.

Na região metropolitana de São Paulo, as cidades mais atingidas durante a tarde foram Diadema e Santo André, onde choveu 84mm e 79mm, respectivamente, em apenas duas horas, segundo levantamento do CGE da Defesa Civil do Estado de São Paulo.

O volume esperado para o mês nas duas cidades é de 106,6mm. Portanto, choveu 80% da chuva esperada para o mês em Diadema e 74% em Santo André.

Em Diadema, houve o transbordamento dos córregos Ribeirão Capela, Piraporinha Casa Grande e Ribeirão dos Meninos. O nível das águas ainda estava alto às 18h30, alagando as ruas vizinhas.

Além disso, foram registrados diversos pontos de alagamentos em Diadema, na avenida Casa Grande, avenida Conceição, avenida Fábio Eduardo Ramos, avenida Piraporinha, avenida Ulisses Guimarães e avenida São José. Uma farmácia localizada na avenida São José foi atingida pelas águas e algumas motos que estavam estacionadas foram arrastadas.

Na cidade ainda houve chamados para um deslizamento de terra atrás da Emei Frajola, localizada na av. Presidente Castelo Branco, outro deslizamento de terra atrás de uma residência na rua Martino Basso, 1206, e uma queda de árvore nos fundos de uma residência na rua Jesuíno Bastos, 529, todas no bairro Jardim Zaíra. Até o momento não houve relato de pessoa ferida, desalojada ou desabrigada.

Às 18h30, a concessionária Ecovias informou que a pista central da Via Anchieta, na altura de São Bernardo do Campo, foi bloqueada em ambos os sentidos devido ao alagamento provocado pelo transbordamento do Ribeirão dos Couros.

A Defesa Civil está monitorando a chuva em todo estado. Já foram emitidos alertas severos para o ABC, Alto Tietê, Bertioga, Ubatuba, São Sebastião e Caraguatatuba. Nas próximas horas a chuva ganhará intensidade no vale do Paraíba e litoral norte.

Foto: Redes SociaisRua totalmente alagada em frente à estação de trem de Santo André, no ABC paulista, na tarde deste sábado (19)
Rua totalmente alagada em frente à estação de trem de Santo André, no ABC paulista, na tarde deste sábado (19)

Na capital paulista, o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura de São Paulo manteve toda a cidade em estado de atenção para alagamentos das 15h50 às 17h42. Como a precipitação não foi tão forte na capital, a condição foi normalizada.

Na cidade, os bairros mais atingidos foram nas zonas sul e leste. O radar meteorológico do CGE indicava pontos de chuva forte a moderada intensidade, principalmente nos bairros Ipiranga, Jabaquara e Cidade Ademar, que podem se espalhar para outras áreas da cidade.

E o radar registrou áreas de instabilidade que se propagavam desde o interior do estado em direção ao leste paulista. O deslocamento era rápido, com cerca de 32 km/h e fluxo de oeste para leste.

Em relação à temperatura, a máxima registrada nesta tarde foi 27,4°C e os menores índices de umidade do ar se mantiveram acima dos 58%.

A Defesa Civil destaca que, em função do solo encharcado pelas chuvas da sexta-feira (18), o risco de novos alagamentos, transbordamentos de rios e córregos e deslizamentos de terra é bastante significativo na região metropolitana de São Paulo.

Um exemplo disso já foi visto neste sábado, em Campo Limpo Paulista, onde um muro desabou e bloqueou uma rua no bairro Botujuru. Ninguém ficou ferido.

Foto: Redes SociaisMuro de uma residência desaba no bairo Botujuru, em Campo Limpo Paulista, devido às chuvas deste sábado (19)
Muro de uma residência desaba no bairo Botujuru, em Campo Limpo Paulista, devido às chuvas deste sábado (19)

O grande volume de chuva, porém, alagou alguns trechos da linha linha 7-rubi, causando a paralisação dos trens das 15h50 até o início da noite entre as estações Campo Limpo Paulista e Botujuru. As composições circulavam em dois loops, entre Jundiaí e Campo Limpo Paulista e entre Botujuru e Luz. Para atender os passageiros no trecho interrompido, foram solicitados ônibus do sistema Paese.

Depois, foi a vez de o tráfego dos trens da linha 10-turquesa ser bloqueado entre as estações Prefeito Saladino e Capuava, em Santo André, também devido ao alagamento dos trilhos.

Das 15h às 17h30, o Corpo de Bombeiros já havia recebido 68 chamados para alagamentos, 9 para quedas de árvores e 9 para desmoronamento ou deslizamentos de terra na capital e região metropolitana.

Para as próximas horas, segundo a Defesa Civil, as instabilidades permanecem atuando sobre o estado de São Paulo, principalmente na faixa leste. Durante esta noite, as regiões que mais têm risco de temporais são o vale do Paraíba, vale do Ribeira e litoral norte. Há condições para acumulados significativos nestas áreas.

Na capital e região metropolitana, a chuva vai e vem até a próxima madrugada, com moderada a forte intensidade. Nas demais regiões paulistas, há expectativa de chuva fraca a moderada, sem potencial para gerar transtornos. De madrugada a chuva intensa ainda pode persistir, principalmente no litoral e na divisa com o Rio de Janeiro.

Santa Catarina

A passagem da frente fria pela serra catarinense na última sexta-feira (18) deixou um rastro de destruição nas cidades de São Joaquim, Anita Garibaldi e Chapecó. Nas duas cidades da serra, o problema foi o temporal de granizo, que destruiu plantações e telhados.

Já em Chapecó, ocorreu um fenômeno chamado microexplosão, que é quando fortes rajadas de vento verticais vêm da região mais alta da atmosfera rumo ao solo. Nesse caso, segundo a Defesa Civil de Santa Catarina, os ventos chegaram a 90 km/h, destelhando casas e até derrubando um aviário. Apesar de tudo, não houve registros de feridos.

Fonte: Revista40graus / Folha

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