Governo promete processo mais humanizado para deportados
Segundo voo com brasileiros deportados dos EUA chega a Belo HorizonteO segundo voo com brasileiros deportados pelos Estados Unidos desembarcou no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, nesse sábado (8). Antes de chegar a Minas Gerais, a aeronave realizou uma escala técnica em Porto Rico e fez sua primeira parada em solo brasileiro em Fortaleza, onde alguns passageiros optaram por desembarcar.
Dos 111 repatriados, 88 seguiram viagem em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) até Belo Horizonte. A recepção foi conduzida por representantes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), sob a liderança da ministra Macaé Evaristo.

Durante a recepção, a ministra destacou a importância da acolhida humanizada. “Quem puder, converse com a nossa equipe para trazer informações que nos ajudem a melhorar a condição de voo dessas pessoas que estão retornando ao Brasil. Aos poucos, vamos tornar esse processo menos doloroso e mais humanizado”, afirmou.
Apoio humanitário e estrutura de acolhimento
Ana Maria Gomes Raietparvar, da Coordenação-Geral de Promoção dos Direitos das Pessoas Migrantes, Refugiadas e Apátridas, ressaltou que os repatriados se mostraram aliviados já na chegada a Fortaleza. “O atendimento foi muito bom. Muitos chegaram envergonhados, mas, ao perceberem a estrutura de acolhimento, relaxaram bastante”, relatou.
Um grupo de trabalho (GT) composto por representantes dos governos do Brasil e dos Estados Unidos acompanhou o voo. Cerca de cinco horas antes da chegada ao país, as autoridades norte-americanas enviaram a lista com o perfil dos repatriados. Não houve registros de passageiros com alerta da Interpol.
A Polícia Federal informou que a maioria dos deportados é jovem. O grupo inclui oito crianças de até 10 anos, além de 49 pessoas entre 11 e 30 anos. Outros 33 estão na faixa dos 31 a 40 anos, enquanto apenas 21 passageiros têm mais de 40 anos, sendo o mais velho com 53 anos.
Entre os 111 repatriados, 85 são homens, dos quais 71 estavam desacompanhados. Já entre as 26 mulheres, 12 viajaram sozinhas. Aproximadamente 25% do grupo veio em núcleo familiar.
No Aeroporto de Confins, uma sala de autoridades foi transformada em Posto de Acolhimento aos Repatriados. O espaço conta com água, alimentação, internet, pontos de energia e banheiros. Além disso, foram disponibilizados canais para contato com familiares, além de orientações sobre saúde, assistência social, trabalho, regularização vacinal e matrícula escolar.