Presidente do TRE diz que nova juíza terá “plena autonomia” para julgar Tatiana
A juíza Gláucia Mendes de Macêdo, da 98ª Zona Eleitoral, que decidiu se retirar do processoO presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI), desembargador Sebastião Ribeiro, comentou, na manhã desta segunda-feira (2), o afastamento da juíza Gláucia Mendes de Macêdo, da 98ª Zona Eleitoral, que decidiu se retirar do processo envolvendo a vereadora Tatiana Medeiros. A magistrada alegou motivos de foro íntimo para deixar o caso.

Ainda no sábado, o presidente da Corte Eleitoral designou uma nova magistrada para atuar no processo: a juíza Júnia Maria Bezerra Feitosa Fialho, da 1ª Zona Eleitoral de Teresina.
Tatiana Medeiros está presa desde o dia 3 de abril e é acusada de envolvimento com facção criminosa, compra de votos, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e prática do chamado crime de rachadinha.
O desembargador ratificou a autonomia que a nova magistrada terá no caso:
“Todo juiz eleitoral, juiz de direito, pode se afastar de um processo por motivo de foro íntimo ou outro motivo pessoal. A doutora Gláucia se afastou, eu designei a doutora Júnia, que é a juíza eleitoral da Primeira Zona, e ela tem plena autonomia funcional. Todo juiz deve julgar de acordo com as provas dos autos e com a sua própria consciência”, afirmou.
Sebastião Martins também destacou os próximos passos do processo:
“Há um pedido de prisão domiciliar que será apreciado pela juíza, com plena autonomia. Depois, haverá a instrução do processo. O que é a instrução? É ouvir as testemunhas, os acusados, analisar os documentos e, ao final, a juíza vai proferir uma sentença — seja ela absolutória ou condenatória — de acordo com as provas dos autos”, concluiu.
Investigação da Polícia Federal
Tatiana Medeiros, seu namorado, Alandilson Cardoso — preso em Minas Gerais —, e seu padrasto, Stênio Ferreira Santos, foram indiciados em uma investigação conduzida pela Polícia Federal. A apuração aponta que o padrasto da parlamentar atuava como intermediador em pagamentos ilegais ligados à compra de votos e lavagem de dinheiro, utilizando o Instituto Vamos Juntos, fundado por Tatiana.
Durante buscas no Instituto, a PF encontrou documentos com listas de eleitores e um relatório intitulado “Relatório Votos Válidos”, contendo registros de transferências via Pix para lideranças e eleitores. Informações apagadas de aparelhos eletrônicos da vereadora também foram recuperadas. A Justiça determinou, ainda, a suspensão das atividades da ONG.
Segundo a Polícia Federal a proximidade entre Stênio Ferreira Santos, Alandilson Cardoso e Maria Odélia Medeiros — mãe da parlamentar — reforça a suspeita de um esquema financeiro voltado a favorecer a eleição de Tatiana Medeiros. A investigação aponta que os votos eram comprados por R$ 100, com pagamento via Pix.
Em um áudio interceptado, o namorado de Tatiana afirma ter investido R$ 1 milhão na campanha da vereadora e insinua a presença de uma representante de facção criminosa na Câmara Municipal de Teresina.
Fonte: Revista40graus e colaboradores