Bolsonaro e o ‘ferro quente da liberdade’: quando a lei derrete a criatividade do réu
Ex-presidente admite tentar abrir tornozeleira com ferro de solda e vira exemplo vivo de como a justiça não cai em truque caseiro
Bolsonaro, sempre disposto a inovar quando o assunto é driblar regras, decidiu testar a resistência de sua tornozeleira eletrônica usando um “ferro quente” — porque, claro, nada diz “sou inocente” como tentar derreter um equipamento judicial. A tentativa, registrada em vídeo e em relatório oficial, foi tão sutil quanto um blowtorch em pleno domingo.
A servidora da Administração Penitenciária, ao ver as marcas de queimadura no dispositivo, perguntou educadamente o que teria acontecido. E Bolsonaro, em seu momento “faça você mesmo”, respondeu: “Meti um ferro quente aí… curiosidade.” Curiosidade essa que, veja só, resultou em prisão preventiva.
O ministro Alexandre de Moraes, aparentemente pouco impressionado com experimentos térmicos, apontou a confissão registrada e exigiu que a defesa explique o motivo do ex-presidente tentar avariar o equipamento. A Seape confirmou: nada de escada, nada de acidente — apenas calor, vontade e criatividade jurídica de nível duvidoso.
A Polícia Federal, que não costuma operar no modo “vamos fingir que não vimos”, prendeu Bolsonaro preventivamente, considerando a violação da tornozeleira, o risco de fuga e uma vigília “espiritual” convocada por Flávio Bolsonaro, que parecia mais receosa de perder o patriarca do que de defender a legalidade.
Enquanto aliados tentam transformar queimadura de plástico em “narrativa”, a Justiça segue cumprindo seu papel: separar ficção de fato, fumaça de ferro quente e bravata de responsabilidade criminal.
No fim, resta uma lição: por mais que se tente, a lei não é derretida tão fácil quanto uma tornozeleira.
Fonte: Revista40graus, colaboradores, STF e PF
