LDO 2026: Congresso cuida do próprio bolso e lembra que eleição vem aí
Enquanto 2026 se aproxima, parlamentares blindam emendas e benefícios — e o povo que reflitaO Congresso Nacional aprovou a LDO de 2026 com a agilidade que só aparece quando o assunto é… o próprio interesse. Na prática, o texto autoriza o governo a mirar o piso da meta fiscal, libera gastos de até R$ 10 bilhões dos Correios fora das contas oficiais e ainda garante que 65% das emendas parlamentares sejam pagas até 4 de julho — por coincidência, bem perto das eleições.
Nada como um encontro entre Executivo e Centrão para alinhar prioridades. Afinal, a LDO deveria orientar o Orçamento da União em favor do país, mas acabou servindo como manual de sobrevivência política. O único voto contrário veio do partido Novo — não que faça cócegas no bloco que, ano após ano, trata a verba pública como fundo eleitoral antecipado.
O relator, deputado Gervásio Maia, ainda atendeu pedidos do governo e incluiu uma exceção para que os Correios operem um rombo de R$ 10 bilhões sem provocar cortes em outras áreas. Um alívio para a estatal, e um lembrete para os brasileiros de que o critério da “responsabilidade fiscal” é sempre flexível — desde que favoreça os poderosos.
E o povo? Esse, como sempre, fica para o parágrafo final. O Congresso aprovou também um reajuste retroativo para o fundo partidário, garantindo mais R$ 160 milhões aos partidos. Aqui, oposição e base governista deram as mãos: quando o assunto é dinheiro de campanha, a ideologia evapora.
No discurso, tudo é “acordo técnico”, “decisão colegiada” e “previsibilidade”. Na prática, é a velha matemática eleitoral: mais emendas + mais verba partidária + calendário estrategicamente definido = campanha pronta em 2026.
Fica o convite à reflexão:
Enquanto a saúde, a educação, o trabalho e a vida real seguem com metas apertadas, o Congresso achou espaço fiscal para si mesmo. E vem eleição aí. Talvez seja a hora de os brasileiros olharem para quem realmente cuida do orçamento — e de quem ele cuida.
Fonte: Revista40graus, Congresso Nacional, mídias, redes sociais e colaboradores
