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MJSP lança caça nacional a foragidos — agora o crime vai precisar de mapa e sorte

Programa Captura cria lista unificada de procurados e integra forças de segurança de todo o país
Redação

Lista de procurados

Em vez de esperar que um criminoso perigoso “apareça”, o Governo Federal decidiu tornar a vida dos foragidos um pouco mais desconfortável. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, lançou o Programa Captura, uma articulação nacional para identificar, localizar e prender nomes de alta periculosidade — aqueles que achavam que mandado de prisão é só papel sem efeito.

Coordenado pela Senasp, o programa traz um instrumento simples, direto e nada amigável para o crime: o site acesso ao site de capturas, que expõe publicamente os 216 foragidos mais procurados do Brasil. Nada de mistério. A lista reúne indicações de todos os estados, com base em matriz de risco que considera gravidade do crime, vínculos com facções, múltiplos mandados e atuação interestadual. Se o objetivo era apertar o cerco, a mensagem está dada.

A ideia vai além de um catálogo de procurados: é integração real. Polícias Civis, Militares, inteligência estadual e federal trabalham juntas, com dados compartilhados e canais abertos. Cada suspeito listado pode ser alvo de ação conjunta em qualquer lugar do país — o que reduz bastante a chance do velho truque de “atravessar a fronteira estadual e sumir”.

Para manter o jogo atualizado, o MJSP definiu que o cadastro será revisado a cada seis meses — ou antes, se o crime não der trégua. Tudo isso fortalece o Susp, trata a captura como ação estratégica e, de quebra, convida a população a colaborar por meio de denúncias anônimas. É o Estado e a sociedade jogando no mesmo time — e contra o mesmo adversário.

No Rio de Janeiro, onde criminosos de vários cantos gostam de se esconder, o programa terá uma célula operacional própria. A missão é clara: oferecer apoio direto às polícias locais e agilizar a caça aos alvos prioritários. Assim, o “refúgio” fluminense fica um pouco menos confortável.

O pacote anticrime ainda inclui outro movimento importante: o lançamento do Sistema Nacional de Inteligência para Enfrentamento ao Crime Organizado (Orcrim), um repositório de dados que integra informações estratégicas entre PF, PRF, polícias estaduais e sistemas penitenciários. Em vez de cada força caçar sozinha, a meta é compartilhar inteligência, cruzar dados e agir com precisão.

No fundo, o recado do MJSP é simples, com uma pitada de ironia institucional: se o crime organizado sabe trabalhar em rede, o Estado também sabe — e agora tem plataforma, coordenação e tecnologia para provar.

Fonte: Revista40graus, MJSP e colaboradores

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