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Ex-delegado-geral foi atacado na saída do trabalho e estava sem carro blindado

Criminosos teriam esperado a saída de Ruy Ferraz Fontes para atirar
Redação

O ataque contra o ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, assassinado nesta segunda-feira (15), teve início a poucos metros de distância da Prefeitura de Praia Grande, no litoral paulista, onde trabalhava. Ele havia acabado de encerrar o expediente e, excepcionalmente, não estava com o carro blindado que usava no dia a dia.

As informações são do prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (MDB), que era chefe de Fontes havia pouco mais de oito meses —o ex-delegado era secretário municipal de Administração. Mourão relatou que estava numa secretaria a poucos quilômetros do local quando viu o corpo, ainda dentro do carro, poucos minutos depois do atentado.

As imagens da câmera de segurança que gravou o assassinato mostra que o carro de Fontes colide contra o ônibus no cruzamento avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas com a rua 1º de Janeiro. O endereço está a poucos quarteirões da sede da prefeitura, na avenida Presidente Kennedy.

Imagens muito fortes

O relato do prefeito indica os criminosos estariam à espera do secretário, num trajeto que ele fazia com frequência. Segundo Mourão, o carro foi atingido pela primeira série de tiros de fuzil assim virou a primeira esquina. Ele conseguiu fugir por cerca de 600 metros até bater contra um ônibus e ser alvo de novos disparos.

"Ele andava de carro blindado, mas hoje ele estava sem o carro blindado dele", disse o prefeito. "Foi um dia excepcional, pelo que os funcionários falaram, ele hoje veio com outro carro."

O ataque ocorreu por volta das 18h20. Segundo Mourão, era um pouco mais cedo do que o horário habitual de saída do secretário, que normalmente trabalha até por volta das 19h.

Foto: PC-SPRuy Ferraz Fontes
Ruy Ferraz Fontes

A gravação do momento do ataque mostra que haveria três criminosos dentro do carro que o perseguiu, além do motorista. Logo depois da emboscada, eles dirigiram até uma rua pouco movimentada próximo dali e incendiaram o veículo.

Segundo o prefeito, Fontes não havia relatado nenhum tipo de ameaça recentemente.

O ex-delegado-geral era considerado um dos principais especialistas do país sobre a estrutura da facção PCC (Primeiro Comando da Capital), sendo o primeiro delegado a investigar a atuação da organização no estado, enquanto chefiava a Delegacia de Roubo a Bancos do Deic.

No Deic, a equipe de Fontes indiciou por formação de quadrilha todos os líderes da facção no início dos anos 2000, ocasião em que divulgou os primeiros organogramas indicando Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola; César Augusto Roriz da Silva, o Cesinha (1968-2006); e José Márcio Felício, o Geleião (1961-2021), como os cabeças da facção.

Ele trabalhava há cerca de um ano e meio na prefeitura de Praia Grande, e foi mantido na gestão municipal mesmo após uma troca de gestão, com a eleição de Mourão em 2024.

"Ele era competente, muito experiente, com formação adequada. Não deixava de enfrentar os problemas com muita técnica mas com coragem", disse o prefeito. "Era um cara determinado, vai fazer muita falta."

O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) determinou a integração de uma força-tarefa para prender os responsáveis pela morte. Equipes da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), a tropa de elite da Polícia Militar, desceram para a Baixada Santista logo após o assassinato.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, equipes da polícia estão em campo, realizando diligências e utilizando ferramentas de inteligência para identificar, prender e responsabilizar os envolvidos pelo assassinato.

 

Fonte: Revista40graus e colaboradores

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