Ex-prefeito Dr. Pessoa e ex-gestores da Strans são indiciados por fraudes em multa
Polícia Civil aponta esquema que cancelou 2,4 mil multas e causou prejuízo de mais de R$ 367 milO ex-prefeito de Teresina, Dr. José Pessoa Leal, e mais cinco pessoas foram indiciados pela Polícia Civil do Piauí por associação criminosa e manipulação de dados em sistema público. O caso faz parte da Operação Reset, que investiga o cancelamento irregular de multas de trânsito na Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans).
Fraude em larga escala
De acordo com o Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR), entre fevereiro e junho de 2024 foram canceladas de forma ilegal 2.419 multas. A prática teria causado um prejuízo superior a R$ 367 mil aos cofres públicos.
A investigação começou após denúncia anônima e contou com auditoria interna da Strans, que identificou que cerca de 400 exclusões ocorreram fora do horário de expediente.
Como funcionava o esquema
Segundo o inquérito, havia ordens para cancelamento de multas de pessoas ligadas a gestores e autoridades. Em muitos casos, os registros eram apagados sem qualquer processo administrativo.
Um dos principais investigados, Lucas da Rocha Lima, servidor comissionado, teria excluído sozinho 1.628 infrações. Já Witalo de Sousa Santos cancelou 333 multas e Lídia Maria Felix Carvalho da Costa, 254.
Indiciados pela operação
Além de Dr. Pessoa, foram indiciados:
Bruno Migliano Pessoa, ex-superintendente da Strans e sobrinho do ex-prefeito;
Daniel Lima Araújo, ex-gerente de Gestão de Trânsito;
Lucas da Rocha Lima, servidor comissionado;
Lídia Maria Felix Carvalho da Costa e Witalo de Sousa Santos, servidores terceirizados.
Defesa e contradições
Em depoimento, o ex-prefeito Dr. Pessoa negou ter conhecimento dos cancelamentos durante sua gestão. Contudo, o relatório policial afirma que Bruno Pessoa teria apontado o ex-gestor como responsável pelas ordens de exclusão.
Próximos passosO relatório final da Operação Reset foi encaminhado ao Judiciário no dia 26 de agosto de 2025. A deflagração da operação ocorreu em julho, quando servidores e ex-gestores da Strans passaram a ser investigados formalmente.

Fonte: Revista 40 Graus