Justiça marca audiência de julgamento da influenciadora Ana Azevedo e namorado
Justiça já havia recusado o pedido de liberdadeA 2ª Vara Criminal de Teresina marcou para a próxima quarta-feira (23), às 9h da manhã, a audiência de instrução e julgamento da influenciadora Ana Azevedo e do namorado, Victor Rangel Lopes da Silva. A sessão ocorrerá por videoconferência e foi agendada no último dia 3 de julho.

O casal foi preso durante uma das fases da Operação Faixa Rosa, deflagrada em abril deste ano pelo DRACO, no Conjunto Pedro Balzi, zona Sudeste de Teresina. Eles são investigados por posse irregular de arma de fogo, acessório ou munição de uso não permitido, e envolvimento com organização criminosa. Segundo a polícia, Ana Azevedo ainda é acusada de usar as redes sociais para disseminar e divulgar ações da facção, enquanto seu namorado seria envolvido como vários crimes, como o tráfico.
A influenciadora, ao ser presa, chegou a ironizar a operação. “Um beijão a todos os meus seguidores. Gente, já já tô de volta, viu, meus amores? Me aguardem. Me deem forças nos comentários. Eu sei que já vai sair nas páginas, né?! Minha mãe vai pegar eles [filhos], viu? Vão ficar bem cuidados”, declarou a jovem na ocasião, que tinha mais de 58 mil seguidores somente no Instagram.
Em junho, o Tribunal de Justiça do Piauí negou o pedido da defesa para revogação da prisão preventiva de Ana Azevedo e de Victor Rangel. Na decisão, a juíza Lisabete Maria Marchetti afirmou que os argumentos apresentados não justificam a concessão da liberdade.
Divulgação de facção nas redes sociais
Na operação Faixa Rosa, mulheres ligadas a organizações criminosas foram alvo de operação do Departamento de Repreensão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) em oito barros de Teresina, Timon, no Maranhão e nos municípios de Demerval Lobão e Nazária.
“A análise pericial do dispositivo revelou elementos contundentes que evidenciam uma estrutura hierarquizada dentro da organização, incluindo um grupo de WhatsApp intitulado "A LUTA NÃO PARA", no qual foram identificadas mensagens, cadastros, estatutos e ordens internas relacionadas à atuação das investigadas”, afirma a secretaria de Segurança.
O delegado Charles Pessoa, coordenador do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), afirmou que as facções estão usando as mulheres e as redes sociais com o objetivo de recrutar e influenciar os jovens.
“Essas mulheres jovens se escondem atrás de um filtro para disseminar essas ideologias criminosas. Nesse acompanhamento, identificamos mais uma forma de atuação das organizações criminosas, utilizando essas mulheres que fazem parte de um grupo, de uma célula de facção criminosa, que é composta única e exclusivamente por mulheres, e alguns dos papéis é disseminar essa cultura e essa ideologia das facções criminosas, usando as redes sociais para isso. Então é algo preocupante, e temos intensificado esse trabalho de monitoramento das redes sociais usadas por essas criminosas para que a gente não permita que elas influenciem os nossos jovens”, afirmou.

Fonte: Revista40graus e colaboradores