Pai chora ao ver local onde filho foi morto e diz que crê "na justiça de Deus"
Foram 11 dias de buscasUma cena comovente marcou a manhã desta quinta-feira (31) em Timon (MA). Incrédulo com a confirmação de que o corpo do filho havia sido encontrado, seu Antônio José percorreu mais de 2 km até uma mata fechada no povoado Regimento, zona rural do município. No local, tomado pelo mau cheiro e pela dor, ele se ajoelhou diante de uma mancha no chão e chorou copiosamente.
O corpo de Welison Ferreira, de 16 anos, foi localizado após 11 dias de buscas. O adolescente estava desaparecido desde o dia 20 de outubro junto com o amigo Victor Bruno, de 15 anos. Ambos foram encontrados mortos em uma área de difícil acesso, próxima ao riacho Machadinha.
“Meu filho é inocente, não tinha envolvimento com facção e acredito na justiça de Deus. A justiça dos homens funciona, mas creio na justiça de Deus”, desabafou o pai, visivelmente abalado.
Segundo Antônio José, o filho era estudante, tranquilo e não se envolvia em confusões. “Depois de 11 dias e encontrar o corpo do meu filho dessa forma, acaba com a família. Dois jovens inocentes. Por que fizeram isso?”, lamentou.
Os garotos desapareceram após saírem de casa para visitar as namoradas, que são irmãs e moram em outro bairro da cidade. Welison estava em um relacionamento há cerca de três meses.
De acordo com a Polícia Civil, os corpos foram encontrados após uma denúncia anônima. Um drone foi utilizado nas buscas e ajudou a identificar o local ao notar uma grande quantidade de urubus sobrevoando a área. As vítimas estavam em avançado estado de decomposição, com os rostos desfigurados, mas ainda com as roupas e objetos pessoais.
Os corpos foram encaminhados ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Timon para identificação oficial.
Crime teria ligação com “tribunal do crime”
A principal linha de investigação aponta que o caso possa estar relacionado ao chamado “tribunal do crime”. Conforme explicou o delegado-geral adjunto da Polícia Civil do Maranhão, Ederson Martins, Welison e Victor moravam em uma área dominada por uma facção e teriam sido confundidos com membros de um grupo rival ao entrarem no bairro onde viviam as namoradas.
“Os adolescentes teriam sido executados após um julgamento realizado pela facção local, que os considerou integrantes de um grupo rival — algo que não foi comprovado”, afirmou o delegado.
As investigações seguem em andamento para identificar todos os envolvidos e esclarecer completamente o crime.
Fonte: Revista40graus e colaboradores
