Personal cruza 500 km para virar caso de polícia — e não de romance
Descumpre medida protetiva, ameaça ex, apanha da lei e sai algemado: treino de ego não funcionouDescumpre medida protetiva, ameaça ex, apanha da lei e sai algemado: treino de ego não funcionou
Um personal trainer do Rio de Janeiro decidiu que cardio de verdade não é corrida na praia, mas uma viagem de 500 quilômetros para descumprir uma medida protetiva e ameaçar a ex-namorada — que, detalhe mínimo, é policial penal. Resultado previsível? Ele encontrou a lei antes de encontrar a vítima.
Luã França de Carvalho, 34 anos, saiu de São João de Meriti (RJ) achando que o GPS da obsessão era mais forte que a Lei Maria da Penha. Chegou em Vila Velha (ES), parou em frente ao prédio da policial e esperou a vítima sair para o trabalho, como se fosse uma cena romântica — de thriller policial. A diferença é que o final feliz ficou com a equipe da Polícia Penal.
Além de ignorar a medida protetiva, o personal mandou vídeos ameaçando matar a ex com golpes de faca, dizendo que faria isso “na cama dela” — porque, aparentemente, o manual de psicopatia dele é mais atualizado que o de convivência básica. A ameaça, claro, configurou crime direto e explícito.
A prisão foi feita pela Divisão de Inteligência da Polícia Penal (Dipp) e pela Divisão de Escolta e Recaptura (Derp), que precisaram monitorar o personal até o momento em que ele decidiu transformar a fantasia criminosa em flagrante. Na abordagem, o “guerreiro da academia” reagiu, xingou a equipe, agrediu agentes e tentou fugir. O treino de pernas, no entanto, não foi suficiente para escapar das algemas.
Na delegacia, além do celular com os vídeos, ele carregava uma foto da ex, pouco mais de R$ 500 e uma cópia do processo judicial com a intimação das medidas protetivas — ou seja, provas de que ele sabia exatamente o que estava fazendo. Faltou só o recibo da gasolina.
Carvalho foi autuado por ameaça, desacato e desobediência. A viagem de 500 km, que poderia ter rendido uma boa história de superação, acabou virando uma aula prática sobre como a Lei Maria da Penha funciona — especialmente quando a vítima é uma agente do próprio sistema.
Fonte: Revista40graus, mídias, Polícia Penal de Vila Velha-ES e colaboradores
