Bolsonaro e Ratinho Junior fazem agenda conjunta no Paraná com foco em 2026
O encontro teve como foco temas como anistia aos investigados pelos atos de 8 de janeiroO ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve no Paraná nesta sexta-feira (4), em uma movimentação conjunta com o governador Ratinho Junior (PSD) que sinaliza uma possível aliança de olho nas eleições de 2026.
Bolsonaro desembarcou no estado por volta das 10h30 e foi recepcionado por apoiadores no aeroporto. Na saída, chamou atenção ao usar um boné com o nome "Trump". Logo em seguida, seguiu para o Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense, onde almoçou com Ratinho Junior e outros aliados políticos.
O encontro, que durou mais de três horas, teve como foco temas como anistia aos investigados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e possíveis articulações para o pleito de 2026, segundo relatos de presentes ligados ao PL e ao PSD.
Após a reunião, ambos seguiram para Londrina, no norte do estado, para participar da abertura da ExpoLondrina, uma das maiores feiras agropecuárias do Brasil.
Durante seu discurso no evento, Bolsonaro exaltou sua gestão, especialmente em relação ao setor do agronegócio e à política fundiária. Disse que seu governo conteve invasões do MST, distribuiu títulos de terra e não realizou demarcações de territórios indígenas ou quilombolas. Reforçou ainda sua insatisfação com as ações do STF, afirmando que estão tentando impedir sua participação nas eleições do próximo ano.
"O MST não teve vez no meu governo. Entregamos mais de 400 mil títulos de terra, e levamos paz ao campo. Não demarcamos terras indígenas ou quilombolas. Enquanto fui presidente, o produtor rural foi respeitado", afirmou.

Ele também criticou políticas ambientais que, segundo ele, dificultam a exploração econômica de áreas indígenas. Em tom de campanha, pediu apoio para eleger uma maioria no Congresso: "Com 70% da Câmara e do Senado, conseguimos aprovar tudo o que for necessário", disse.
Ratinho Junior, por sua vez, elogiou Bolsonaro em sua fala. Destacou o número de visitas do ex-presidente ao estado durante seu mandato e reforçou o vínculo político e pessoal com ele. "Foi o presidente que mais veio ao Paraná, o que demonstra o carinho e a atenção ao nosso estado", declarou.
O governador também afirmou ter uma relação de amizade e respeito com Bolsonaro e destacou os investimentos federais feitos no Paraná durante o governo do ex-presidente.
Após o evento, Bolsonaro concedeu entrevista à imprensa, mas evitou dar detalhes sobre a conversa mantida horas antes com Ratinho Junior. Limitou-se a dizer que as discussões giraram em torno de alianças estaduais, como a possível união entre PL e PSD para disputar o Senado e o governo do estado em 2026.
Uma das possibilidades discutidas é a candidatura do deputado federal Filipe Barros (PL) ao Senado, com outro nome vindo do grupo de Ratinho Junior — podendo inclusive ser o próprio governador, caso ele desista de disputar a Presidência.
O almoço no Palácio Iguaçu contou com a presença de mais de dez deputados estaduais e federais do PL, além do vice-prefeito de Curitiba, Paulo Martins, que disputou o Senado em 2022. Pelo lado do PSD, participaram o prefeito da capital, Eduardo Pimentel, e o presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi, apontado como possível candidato ao governo estadual.
Outros nomes cotados para a sucessão de Ratinho Junior também já estão acomodados em seu secretariado, como Guto Silva (Cidades) e Rafael Greca, ex-prefeito de Curitiba, que assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável.
A disputa pelo governo do estado deve ter ainda o senador Sergio Moro (União Brasil), que já manifestou interesse em concorrer ao cargo em 2026.