Coronel Tadeu retorna à Câmara: o “suplente acidental” convocado pelo destino
Após anulação da decisão sobre Zambelli, ex-deputado bolsonarista deve reassumir cadeira que o eleitor não quis renovarCom a decisão do ministro Alexandre de Moraes que anulou a rejeição da cassação de Carla Zambelli, a Câmara dos Deputados deve receber de volta uma figura que o eleitorado paulista dispensou nas urnas em 2022: o Coronel Tadeu (PL-SP). Em 48 horas, o presidente da Casa deve dar posse ao suplente, abrindo caminho para que a cadeira da deputada — atualmente presa na Itália e ainda assim custando caro ao contribuinte — seja ocupada por seu substituto natural.
Coronel da Polícia Militar de São Paulo, Tadeu cumpriu mandato entre 2018 e 2022 como fiel escudeiro do bolsonarismo, sempre pronto para discursar contra o PT e contra o presidente Lula. Não por acaso, seu gesto mais famoso no Congresso foi rasgar e pisar em um cartaz de denúncia do racismo estrutural, em plena véspera do Dia da Consciência Negra, afirmando depois não ter “nenhum arrependimento”. Um cartão de visitas bastante singular.
Sua atuação parlamentar acabou não convencendo o eleitorado a lhe conceder mais quatro anos de mandato — mas o destino, em parceria com a crise de Zambelli, resolveu reabrir a porta que as urnas fecharam.
Enquanto isso, Carla Zambelli já custou mais de R$ 654 mil aos cofres públicos desde que fugiu do Brasil em junho. E, se dependesse das regras sobre faltas, poderia permanecer oficialmente deputada até fevereiro de 2026, ultrapassando R$ 1 milhão em gastos. O retorno de Coronel Tadeu, portanto, chega como um efeito colateral inevitável de um mandato que continuava existindo… mesmo sem existir.
Agora, cabe à Câmara dar posse ao suplente — e ao país assistir ao retorno de mais um personagem do bolsonarismo raiz, convocado não pelas urnas, mas pela matemática processual de Brasília.
Fonte: Revista40graus, mídias e colaboradores
