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Lula: 'Quem tem de vender as coisas do Brasil é o Brasil'

Em sua viagem ao Japão e Vietnã, o presidente reafirmou o compromissos do Brasil; confira
Redação

Em visita oficial ao Japão e ao Vietnã, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmou o compromisso do Brasil com o multilateralismo, a ampliação do livre-comércio e a consolidação do protagonismo brasileiro no cenário internacional. Durante coletiva de imprensa concedida neste sábado (29), em Hanói, antes de retornar ao país, o chefe do Executivo avaliou positivamente a agenda internacional, com destaque para os avanços em acordos comerciais e diplomáticos.

Entre os resultados concretos da viagem, Lula mencionou a venda de 15 aeronaves da Embraer para a companhia aérea japonesa All Nippon Airways (ANA) e a abertura do mercado vietnamita para a carne bovina brasileira.

“O Brasil deve ser o principal agente de promoção dos seus produtos e interesses. Quem tem que vender o Brasil é o próprio Brasil”, afirmou o presidente, ao defender um posicionamento mais assertivo nas relações comerciais e diplomáticas. Lula reiterou que o país deve se afastar de práticas protecionistas, buscando o fortalecimento das relações exteriores com base no livre-comércio e em acordos vantajosos para ambas as partes.

Foto: Ascom/Governo FederalLula: 'Quem tem de vender as coisas do Brasil é o Brasil'
Lula: 'Quem tem de vender as coisas do Brasil é o Brasil'

COP30 e o compromisso com a Amazônia

Durante a viagem, o presidente também abordou os preparativos do Brasil para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada para 2025, em Belém, capital do Pará.

“Realizar a COP no coração da Amazônia é um apelo à consciência global sobre a importância da floresta”, declarou Lula, ressaltando a necessidade de que os países historicamente responsáveis pela degradação ambiental contribuam financeiramente com sua preservação.

O presidente reforçou a meta de alcançar o desmatamento zero até 2030 e destacou o compromisso brasileiro com a transição energética e a produção de energia limpa. “Vamos levar esse compromisso a sério, independentemente de pressões externas”, garantiu.

Relações com Japão e Vietnã fortalecem laços comerciais e geopolíticos

A agenda nos dois países asiáticos priorizou o fortalecimento das relações comerciais e geopolíticas. Lula destacou a importância histórica da parceria com o Japão, com o qual o Brasil mantém relações diplomáticas desde 1908, e enalteceu o papel estratégico do Vietnã como possível porta de entrada brasileira para a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

“É fundamental trabalharmos para integrar o Vietnã a um futuro acordo com o Mercosul. Essa parceria trará benefícios significativos para a região”, afirmou.

O presidente também expressou otimismo quanto à expansão da Embraer no continente asiático, especialmente no mercado vietnamita, onde enxerga grande potencial para os jatos comerciais da fabricante brasileira. “Queremos que as empresas brasileiras voltem a construir o mundo”, disse, destacando a competitividade nacional nos setores de aviação, tecnologia e inovação.

Diálogo com os Estados Unidos e defesa dos interesses nacionais

Em relação às negociações comerciais com os Estados Unidos, Lula assegurou que o Brasil buscará o diálogo como caminho prioritário para resolver disputas tarifárias. Contudo, enfatizou que o país não hesitará em acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) sempre que necessário.

“Não temos receio de recorrer à OMC, que é o foro legítimo para dirimir controvérsias comerciais. Defenderemos firmemente os interesses do Brasil”, afirmou o presidente.

Com essa missão internacional, Lula busca consolidar a imagem do Brasil como uma nação comprometida com o desenvolvimento sustentável, aberta ao comércio global e disposta a exercer um papel de liderança nas principais pautas internacionais — sejam elas econômicas, ambientais ou diplomáticas.

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