Simone Tebet diz que Bolsonaro está “fora do jogo” e defende democracia
Ela ainda afirmou que o ex-presidente deverá ser responsabilizado pela tentativa de golpeA ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro está "politicamente fora do jogo" e deverá ser responsabilizado pela tentativa de golpe de Estado.
“Bolsonaro é carta fora do baralho, não só porque acredito que vá sofrer as penalidades da lei, mas também porque a sociedade hoje está cansada dessa polarização”, afirmou a ministra. Ela relembrou sua participação na CPI da Covid e criticou a condução da pandemia pelo governo anterior, mencionando o atraso na compra de vacinas. “O povo percebeu o que ele fez no verão passado”, ironizou.
Tebet destacou sua trajetória ligada à defesa da democracia, afirmando ter crescido em um ambiente onde esse valor era central. “Sem democracia, eu não estaria aqui falando o que estou falando, nem você teria o direito de fazer essas perguntas sem sair daqui algemado”, disse. Ela também chamou atenção para a importância de conscientizar os jovens sobre os riscos do autoritarismo: “Há jovens que não viveram esse período e acham que democracia é algo distante, mas é a base de tudo.”

Apesar de reconhecer desafios como a inflação e a segurança pública, a ministra elogiou o desempenho da economia sob o atual governo. “O Brasil está dando certo. Fala alguém que não é do PT, que é de centro, da frente ampla. Eu dialogo com a esquerda e com a direita”, declarou.
Ela apontou como sinais de avanço a retomada do crescimento, com dois anos seguidos de expansão do PIB acima de 3%, a geração de empregos, o aumento real do salário mínimo e a aprovação da reforma tributária. “Nunca tivemos tantos jovens e mulheres no mercado de trabalho. A massa salarial está crescendo, e saímos novamente do mapa da fome”, afirmou.
Segundo Tebet, a reforma tributária poderá impulsionar o crescimento anual do PIB em quase 1% a partir de 2027, apenas com seus efeitos estruturais. Ela também defendeu a responsabilidade fiscal e disse que é possível realizar cortes sem comprometer direitos sociais. “Precisamos fazer ajustes mais robustos no futuro, sem tirar direito de ninguém. Tem muita gordura para cortar. Mas para isso precisamos do Congresso Nacional”, pontuou.
Por fim, a ministra disse estar positivamente surpreendida com os resultados do governo. “Nos meus 25 anos de vida pública, não me lembro de um momento em que todos os números da macroeconomia caminhavam tão bem ao mesmo tempo.”