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Gustavo pela Cidade

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Gustavo Henrique é pai de autista, formado em Direito, especialista em marketing político e comercial, Servidor Público, empreendedor social e ativista. " Sua Vontade de vencer só pode ser dominada por você, jamais pelo medo. O resultado do que fazemos, nos espera mais adiante ". WhatsApp: (86) 99828-0000 As publicações feitas neste espaço são de inteira responsabilidade do autor e podem não representar necessariamente o pensamento deste site revista.

CPI do Lixo: quando os fiscais do passado tentam fiscalizar o presente

Comissão que reúne herdeiros da gestão anterior tropeça entre renúncias, documentos negados e medo do espelho.
Gustavo pela Cidade

Pizza fatiada
Mais uma CPI que vira Pizza 

CPI do Lixo: a investigação que todos juram querer… desde que não mexa demais no próprio passado

Se Teresina esperava uma CPI do Lixo capaz de limpar alguma coisa além do plenário, talvez seja melhor sentar — de preferência longe de qualquer saco de resíduos, porque a montanha política anda bem instável. A comissão, formada em boa parte por figuras que passaram direta ou indiretamente pela gestão que gerou o problema, tenta investigar irregularidades no lixo enquanto desvia dos espelhos como quem foge de buraco na rua. Medo de quê? Do cheiro? Ou de descobrir que algumas digitais já estavam ali antes mesmo da CPI começar?

Foto: ReproduçãoFernando Lima
Fernando Lima

A renúncia do presidente Fernando Lima (PDT) virou o ponto alto da ópera. Ele não só pulou fora da cadeira de comando, como fez questão de deixar claro que relatório não assina — nem sob pressão. Afinal, segundo ele, o documento aprovado pelos outros três membros simplesmente não bate com o que foi dito nas oitivas. E a narrativa? Bem, essa ficou tão desencontrada quanto contrato emergencial atrás de contrato emergencial.

Fernando ainda lembra que duas oitivas foram “fundamentais” para expor discrepâncias gritantes, como o valor da tonelada de resíduo inerte que, em outras capitais, custa R$ 56, mas aqui milagrosamente triplicou para algo perto de R$ 159. A matemática do lixo realmente merece um curso à parte — talvez com certificado de coragem ao final.

Foto: ReproduçãoDeolindo Moura
Deolindo Moura

E aí entra o capítulo mais saboroso: segundo o relator Deolindo Moura (PT), a CPI não é para “caçar bruxas”, mas para apontar soluções. Ótimo. Soluções, inclusive, que a própria prefeitura teria dificultado ao — veja só — se negar a entregar documentos requisitados pela CPI. Uma CPI que, teoricamente, tem força constitucional de requisição. Mas em Teresina parece que o princípio da publicidade virou opcional, tipo tempero de comida.

Fica então a pergunta:
como funciona uma CPI quando quem deveria ser investigado não entrega documentos e quando boa parte dos investigadores participou, com maior ou menor protagonismo, da administração que gerou o pepino?
Do jeito que está, parece mais prova de resistência do que investigação.

Enquanto isso, a população — aquela que paga a conta do lixo supostamente superfaturado, do serviço capengando e das licitações emergenciais eternas — continua à margem, esperando que, desta vez, a CPI sirva para algo além de um relatório que uns assinam, outros recusam e que, na prática, só reforça a sensação de que a montanha pariu um saco plástico vazio.

No fim, Deolindo diz que a CPI deve apontar soluções. Perfeito. Mas a solução começa como?
Com renúncia, divergência, prefeitura que não manda documentos e uma comissão formada em boa parte por quem viu, viveu ou participou — de dentro ou de perto — da tal gestão que agora é investigada?

Se isso é uma CPI, é também um lembrete de como ela deveria ser:
independente, transparente, firme — e sem medo de cutucar o passado. Inclusive o de quem está sentado na mesa.

Afinal, limpeza urbana se faz com vassoura, mas limpeza política exige coragem. E essa, pelo visto, ainda está em falta no estoque.

Relembre o nome de todos os membros da CPI:

Presidente: Fernando Lima (PDT)

Relator: Deolindo Moura (PT) participou com indicações na gestão Pessoa na Fundação Wall Ferraz

Membros: Draga Alana (PSD) ex-secretário da SEMEL gestão Pessoa, Luís André (PL) ex-secretário do Meio-Ambiente (SEMAN) gestão Pessoa e James Guerra (Avante) ex-superintendente da SAAD-Leste e ex-secretário da SEMDUH gestora dos contratos na gestão Pessoa

Suplentes: Venâncio Cardoso (PT) e Samantha Cavalca (Progressistas)

Membros titulares da CPI do Lixo de Teresina além do presidente e relator:

Foto: ReproduçãoDr.Pessoa e James Guerra ex-superintendente da SAAD-Leste e ex-secretário da SEMDUH gestora até então dos contratos do lixo de Teresina
Dr.Pessoa e James Guerra ex-superintendente da SAAD-Leste e ex-secretário da SEMDUH gestora até então dos contratos do lixo de Teresina
Foto: ReproduçãoEduardo Draga Alana ex-secretário da SEMEL na gestão Pessoa
Eduardo Draga Alana ex-secretário da SEMEL na gestão Pessoa
Foto: ReproduçãoLuís André ex-secretário do Meio Ambiente de Teresina na gestão Pessoa
Luís André ex-secretário do Meio Ambiente de Teresina na gestão Pessoa

 

 

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