Ana Maria Gonçalves é a primeira mulher negra eleita para a ABL
Autora de “Um Defeito de Cor” conquista cadeira de número 33
RedaçãoA escritora, dramaturga e roteirista Ana Maria Gonçalves foi eleita, nesta quinta-feira (10), para a cadeira de número 33 da Academia Brasileira de Letras, vaga que surgiu com a morte de Evanildo Bechara. Ana Maria se torna, portanto, a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira em 128 anos de Academia.
A autora levou 30 votos contra um da escritora indígena Eliana Potiguara. Além de Eliane, haviam outros 11 concorrentes: Ruy Lobo, Wander Lourenço de Oliveira, José Antônio Hartmann, Remilson Candeia, João Calazans Filho, Célia Prado, Denilson Marques da Silva, Gilmar Cardoso, Roberto Numeriano, Aurea Domenech e Martinho de Melo.
A principal obra da autora, o livro “Um Defeito de Cor”, é considerada um ponto de virada na literatura negra brasileira. A história se volta para a diáspora africana e os efeitos da escravidão como modulares da identidade do país. O romance recebeu, inclusive, o primeiro lugar em lista recente da Folha que convidou 101 especialistas para escolher os melhores livros brasileiros do século 21.