Posto em Teresina é interditado por vender gasolina adulterada com 55% de etanol
Fiscalização continua e o consumidor pode ajudar
RedaçãoUm tanque e 4 bicos de abastecimento do Posto Diamante 14, localizado na Avenida Presidente Kennedy, Zona Leste de Teresina, foram interditadas na tarde desta quarta-feira (1º) após fiscalização do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) constatar a venda de gasolina adulterada.
O Revista40graus tentou contato com o posto de combustível citado e aguarda retorno. O espaço segue aberto para os esclarecimentos via 86-99850-1234 .
De acordo com o agente fiscal do Procon, Arimatea Area Leão, a operação foi determinada pelo Ministério Público do Piauí (MPPI) e incluiu coleta e pré-análise de combustíveis como gasolina, diesel e etanol.
“Em um dos postos fiscalizados, foi constatada a comercialização de gasolina com 55% de etanol, quando o permitido é de aproximadamente 30%, com tolerância de 1%. Um tanque e quatro bicos de abastecimento foram interditados, e o posto terá um prazo de 15 dias para apresentar defesa”, explicou.
O fiscal destacou ainda que o Procon recebeu diversas reclamações de consumidores relatando problemas no funcionamento dos veículos.
“Com quase 60% de etanol misturado à gasolina, o automóvel não apresenta o desempenho esperado. É uma prática abusiva, em que o posto exerce vantagem sobre o consumidor”, completou.
O posto foi autuado e poderá sofrer sanções que variam de R$ 600 a R$ 10 milhões.
Teste em campo e confirmação em laboratório
Segundo a química e agente fiscal do Procon, Bárbara Almeida, os testes preliminares realizados em campo indicaram a irregularidade.
“No caso da gasolina, utilizamos o densímetro para verificar a massa específica, que não pode ser inferior a 715. Já para o etanol, usamos um método em que 50 ml do combustível são misturados a 50 ml de uma solução específica. Após a agitação, fazemos a leitura do resultado. Desde a alteração na legislação, o percentual de etanol permitido na gasolina passou de 27% para 30%, com tolerância de mais ou menos 1%”, detalhou.
Ela explicou ainda que, quando há indícios de irregularidades, as amostras são recolhidas e enviadas para laboratório. “No laboratório, conseguimos análises mais detalhadas, controlando fatores como temperatura, pressão e realizando destilação do combustível. O laudo emitido confirma tecnicamente a adulteração”, ressaltou.
Apenas um posto irregular em 11 fiscalizados
A operação de fiscalização começou na última segunda-feira (29). Dos 11 postos vistoriados em Teresina, apenas um apresentou irregularidades até o momento.
O Procon orienta que consumidores que se sintam prejudicados procurem os canais oficiais de atendimento.
“É fundamental que o consumidor sempre exija o cupom fiscal. É esse documento que comprova o abastecimento no posto e possibilita futuras reclamações ou pedidos de ressarcimento em caso de prejuízos”, reforçou Arimatea Leão.