Pedro Alcântara reage a comentário que entendeu ser racista mas controverso

Comentário comparou o vereador e o senador Ciro Nogueira a figuras do período escravocrata
Redação

O vereador em exercício Pedro Alcântara (Progressistas) se pronunciou, nesta segunda-feira (09), sobre um episódio que classificou em seu entendimento como racismo. Segundo o suplente, ele foi informado do caso pelo seu consultor de mídias sociais e, depois, procurado pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Piauí (OAB-PI), Raimundo Júnior.

“Eu vi que realmente é de cunho racista, mas eu nem vou responder. Hoje pela manhã, eu acordei com a ligação do presidente da OAB-PI, Raimundo Júnior. Eu sou advogado há 40 anos, e eu fui conselheiro da OAB. Então, o Raimundo me ligou e pediu que eu fosse ao gabinete dele, e eu fui. Lá, o Raimundo, juntamente com a Comissão de Ética e Prerrogativas da OAB, fez uma manifestação e disse que vai tomar as providências do caso”, explicou o vereador.

Durante a fala, o vereador em exercício alertou para a seriedade do crime de racismo.

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“A gente tem que ter muito cuidado porque, no mundo atual, as pessoas acham que podem fazer tudo. Não pode, há um controle. E nós temos que ter muito cuidado com algumas pautas, como, por exemplo, a pauta da mulher, a pauta do idoso, a pauta do PCD e a pauta do racismo. O racismo é um crime inafiançável e imprescritível, ele não prescreve e não tem fiança”, destacou.

O vereador reforçou que, caso haja uma condenação judicial, nenhum valor será usufruído por ele.

“A reparação moral não paga o dano moral, mas, de todo modo, a pessoa que é condenada vai refletir duas vezes antes de agredir alguém. O dano moral, para mim, é irreparável, não tem dinheiro que pague […] Só sei que não vai para o meu bolso. Se houve realmente, lá no final, a condenação, fica certo isso. Não vai para a minha conta corrente nem um centavo. Havemos de fazer uma justiça social (doação) para aqueles que assistem idosos, negros (entidades sociais)”, explicou.

O mesmo já esteve em situações controversas quando assume o papel de jornalista e se coloca por vezes como denuncista de causa gerando inclusive danos a diversas pessoas quando noticia ou noticiou fatos principalmente relacionados a politica local sem ao menos depois de comprovado o contrário ele não vem e nem vai a público se quer pedir desculpas aos enchovalhados.

O que aconteceu?

O ataque partiu de um perfil no Instagram, que comentou em um vídeo que Pedro Alcântara aparece ao lado do senador Ciro Nogueira (PP). Na ocasião, o dono do perfil comentou: “Capitão do mato com o senhor do engenho”, se referindo ao vereador e ao senador.

Pra tudo tem contexto

No Brasil, o capitão do mato foi o serviçal de uma fazenda ou feitoria encarregado da captura de escravos fugitivos. Na sociedade brasileira gozavam de pouquíssimo prestígio social e eram suspeitos de sequestrar escravos apanhados ao acaso, esperando vê-los declarados em fuga, para devolvê-los aos donos mediante o pagamento de recompensa.

O internauta em questão deixou claro a possível servidão politica do suplente que está em exercício do mandato de vereador no que diz respeito a estar do lado de um poderoso e conhecido político e não é de agora que o vereador em exercício faz parte de um partido politico que apoiou a ditadura militar no Brasil.

A conivência com o regime militar

ARENA

Em seu estatuto a ARENA ironicamente se coloca como contrária aos abusos do poder político e pelo aperfeiçoamento da democracia representativa. Entretanto, como partido era da situação, a ARENA compactuou com as decisões tomadas pelo poder Executivo, dando a fachada legalista de que os militares necessitavam para justificar suas ações, muitas delas contrárias aos princípios básicos de uma democracia, como a liberdade de expressão, prisões, torturas dentre outros casuismos e ilegalidades.

Durante a abertura política, no governo de João Figueiredo, a ARENA foi extinta devido o retorno ao pluripartidarismo. Após sua extinção, o partido passou a se chamar Partido Democrático Social (PDS) e sofreu diversas divisões e mudanças de nome nos anos seguintes sendo hoje chamado de PROGRESSISTAS(PP) partido do qual pertence o vereador em exercício Pedro Alcântara que é ombreado com Ciro Nogueira que por sua vez é ombreado com Jair Bolsonaro defensor da ditadura e de torturadores.

Foto: Reprodução
Bolsonaro e Ciro Nogueira

E agora? Onde está o preconceito? Onde está o contexto?

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