Sílvio Mendes agora declara que dívida da Prefeitura de Teresina é de R$ 3 bilhões
Na segunda (05) prefeito tinha declarado um rombo de R$ 1 bilhão
RedaçãoO prefeito Sílvio Mendes (União Brasil) revelou que a dívida da Prefeitura de Teresina é três vezes maior do que o anunciado na última segunda-feira (5). Sílvio Mendes disse, o levantamento do setor financeiro feito na manhã de hoje (7) calcula a dívida em aproximadamente R$ 3 bilhões, quase a metade do orçamento geral da Prefeitura que é de R$ 6,4 milhões.
Sílvio Mendes disse que foram levantados mais de 3.770 contratos que serão encaminhados ao Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI). E fez um detalhamento das despesas deixadas pela gestão passada.
“Veja só a soma do que me chegou aqui. E tem mais coisas ainda pendentes que não se findou o levantamento. Mas a Prefeitura Teresina está devendo aproximadamente R$ 3 bilhões. Eu tinha dito um pouco mais de R$ 1 bilhão. Mas eu fui atrás, já que houve uma politização, estão dizendo que eu vou ser convocado pela Câmara. Eu não tenho nenhum problema, nada a reparar em minha vida, seja como cidadão, seja como gestor público, nada a temer”, destacou.
Entre os principais valores devidos estão:
R$ 480 milhões em restos a pagar (contratos executados e não quitados);
R$ 280 milhões em consignações usadas e não pagas;
R$ 212 milhões terceirizados que está na justiça, mas é preciso renegociar e pagar;
R$ 110 milhões da Fundação Municipal de Saúde (medicamentos e insumos para hospitais) do ano passado, encerrou dezembro devendo;
R$ 570 milhões em dois empréstimos ao Banco do Brasil;
R$ 100 milhões do empréstimo ao BRB Banco de Brasília;
R$ 275 milhões de empréstimos à Caixa Econômica Federal;
R$ 123 milhões teve o empréstimo no CAF que é um Banco Interamericano;
R$ 202 milhões Banco Interamericano de Desenvolvimento, R$ 202 milhões;
R$ 502 milhões de repasse ao IPMT, que é um órgão dos servidores;
R$ 8 milhões de FGTS;
R$ 4 milhões de INSS.
Em entrevista a uma emissora local, o prefeito descreveu algumas das dívidas que considerou as maiores. E disse que já está renegociando as dívidas com os bancos.
“Nós já estamos renegociando. Nós já estivemos com o Banco do Brasil, até porque o financiamento da dívida custa à prefeitura R$ 32 milhões por mês. Isso significa praticamente quase R$ 500 milhões por ano. Quase meio bilhão de reais de um empréstimo, o BB500 foi feito o que com ele? Quais foram as obras que foram feitas? Tudo isso tem que ser investigado”, exemplifica o prefeito.
Contratos "de boca"
O gestor municipal afirmou que encontrou diversas situações complicadas, entre elas, uma com uma fornecedora que possui uma construtora pequena que teria asfaltado ruas, segundo ela, no valor de R$ 500 mil.
“É porque aqui tem cada coisa. Tem uma senhora, vou dizer o nome a dona Toinha, ela tem uma empresa, uma construtora pequena e no ano passado foi pedido que ela fizesse o asfaltamento de algumas ruas aqui na Zona Sul. E ela veio falar comigo com duas noras, que ela toma de conta da construtora. Aproximadamente 500 mil reais que ela fez de asfalto na Zona Sul. Só que foi de boca, não tem papel, não tem empenho, não tem... nada. E eu disse: olha, infelizmente, a gente não pode. E ela: eu vou quebrar. E isso dói no coração, mas vai quebrar, porque eu não vou fazer um processo que não seja verdade. E a senhora foi enganada, como muitos outros foram enganados”, revelou Sílvio Mendes.
Nomeações suspensas
Uma Comissão Especial já foi montada para estudar as medidas que devem ser adotadas. O prefeito afirma que havia dado até dezembro para equilibrar as finanças, mas diante desse levantamento, ele declarou que agora não sabe quando. “Nós estamos vendo que está mais difícil do que eu, pensei”.
Ele ressalta que vai ter que adiar nomeações e reduzir terceirizados como soluções a curto prazo.
“Qualquer nomeação está suspensa. Vamos ter que conter despesas com pessoas e o serviço terceirizado, que é importante, infelizmente, vai ter reflexo”, explicou.
O prefeito finaliza dizendo que já extinguiu cinco secretarias quando assumiu, mas que descarta desativar uma nova.
“Está se mostrando que não foi suficiente, mas é possível desativar secretarias sim, se as medidas não foram suficientes. porque a gente não pode dar prejuízo a quem vendeu e a quem forneceu. E o prestígio da Prefeitura deve ser retomado. Fornecer precisa ser respeitado. Que, afinal de contas, a diferença do privado para o público é que a prefeitura tá devendo 3 milhões de reais, mas a porta continua aberta e o empresa privada não, fecha, causa desemprego e desespero em muita gente”.
Dr. Pessoa responde
O ex-prefeito Dr. Pessoa (PRD) nega as acusações e pediu provas das denúncias feitas pelo prefeito Sílvio Mendes (União Brasil).
“Eles me detonam antes e durante a administração. Agora voltou de novo, que ele mostre os documentos. Nós não vamos fugir da luta. Ele sabe quem sou eu e sabe minha história”, disse Dr. Pessoa.
Ele sugeriu que as autoridades busquem o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas do Estado (TCE).
A assessoria jurídica de Dr. Pessoa informou que a Controladoria do Município não emitiu nenhum parecer sobre as denúncias do atual gestor. Assessoria informou ainda que Dr. Pessoa se colocou à disposição das autoridades de controle para qualquer esclarecimento e que as obras foram realizadas com licitações e publicações no Diário Oficial.