Adeus a Jimmy Cliff, o homem que abriu caminhos para o reggae tocar o mundo

Jimmy Cliff, um dos pilares do reggae e uma das vozes mais luminosas da música mundial, morreu nesta segunda-feira (24), aos 81 anos. A notícia, confirmada por sua esposa em um comunicado emocionado, trouxe ao mundo a despedida de um artista cuja vida sempre pulsou na frequências da resistência, da espiritualidade e da esperança.

• Participe do nosso grupo no WhatsApp

“É com profunda tristeza que compartilho que meu marido, Jimmy Cliff, faleceu devido a uma convulsão após pneumonia...”, disse ela, agradecendo à família, aos amigos e, principalmente, aos fãs que acompanharam o cantor ao longo de seis décadas. “Ele realmente apreciava o amor de cada um de vocês.” O pedido final da família foi simples e digno: privacidade, para que possam viver o luto de um homem que, embora público, sempre manteve a raiz humana como essência.

Nascido em 1º de abril de 1944, em St. James, na Jamaica, Jimmy Cliff foi mais que um artista — foi um caminho. Antes mesmo de Bob Marley levar o reggae aos quatro cantos do planeta, Cliff já empunhava a bandeira de uma sonoridade que misturava dor e luz, luta e libertação. Ainda adolescente, compôs suas primeiras canções; aos 14 anos, lançou “Hurricane Hattie”, o sucesso que o projetaria internacionalmente e abriria as portas para tudo o que viria depois.

Ao longo de mais de 60 anos de carreira, Jimmy Cliff derramou música como quem espalha sementes: em cada verso, uma vontade profunda de transformar o mundo; em cada melodia, uma ponte entre vidas. De “Many Rivers to Cross” a “The Harder They Come”, sua arte nunca foi apenas entretenimento — foi resistência, foi poesia, foi esperança.

Hoje, o reggae perde uma de suas vozes mais puras. Mas o legado fica, vibrando como batida eterna. Jimmy Cliff parte, mas seu som continua viajando por muitos rios, cruzando fronteiras, encontrando novos corações. Porque alguns artistas não apenas tocam o mundo — eles o transformam para sempre.