Harvard processa governo Trump após proibição de matrícula de estrangeiros

Universidade alega violação constitucional e obtém decisão judicial favorável

A Universidade de Harvard ingressou com uma ação judicial contra o governo do então presidente Donald Trump, contestando a decisão de revogar sua autorização para matricular estudantes estrangeiros. A medida, anunciada em 22 de maio de 2025, afetaria aproximadamente 6.800 alunos internacionais, representando cerca de 27% do corpo discente da instituição.

O Departamento de Segurança Interna dos EUA, sob a liderança de Kristi Noem, justificou a revogação alegando que Harvard fomentava violência, antissemitismo e mantinha vínculos com o Partido Comunista Chinês. Em resposta, Harvard classificou a ação como "ilegal e injustificada", argumentando que a decisão colocaria em risco o futuro de milhares de estudantes e acadêmicos.

A universidade já havia enfrentado tensões com o governo Trump anteriormente. Em abril de 2025, o governo ameaçou congelar mais de US$ 2 bilhões em financiamento federal para Harvard, caso a instituição não fornecesse registros detalhados sobre atividades de seus estudantes internacionais.

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Foto: Reproducao
Harvard processa governo Trump após proibição de matrícula de estrangeiros

No processo judicial, Harvard alegou que a revogação de sua certificação no Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVP) violava a Constituição dos EUA e outras leis federais, tendo um "efeito imediato e devastador" sobre a universidade e seus estudantes estrangeiros. A instituição destacou que, com um simples ato, o governo buscava eliminar um quarto de seu corpo discente, composto por estudantes internacionais que contribuem significativamente para sua missão.

Em 23 de maio de 2025, uma juíza federal dos EUA bloqueou temporariamente a decisão do governo Trump, permitindo que Harvard continuasse a matricular estudantes estrangeiros enquanto o caso é analisado judicialmente. A decisão judicial representa uma vitória provisória para a universidade e seus alunos internacionais, que enfrentavam a possibilidade de deportação ou interrupção de seus estudos.

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