Trump recua: sanção cai e sobra ironia para os “analistas” do caos

Moraes e esposa deixam lista Magnitsky, contrariando Eduardo Bolsonaro, Paulo Figueiredo e afins

No universo paralelo habitado por Eduardo Bolsonaro, Paulo Figueiredo e demais especialistas em indignação patrocinada, Alexandre de Moraes seria um supervilão global prestes a ser derrotado pelo “mundo livre”. Mas a realidade — sempre ela, essa teimosa — tratou de colocar as coisas no lugar: o governo Donald Trump retirou o ministro do STF da lista de sancionados da Lei Magnitsky. E, de quebra, tirou também a esposa, Viviane Barci, frustrando a narrativa de quem já tinha preparado até live especial para celebrar a “queda do Xandão”.

Foto: Pedro Ladeira
O ministro Alexandre de Moraes, acompanhado de sua esposa, Viviane Barci, na posse de Edson Fachin como presidente do STF

Vale lembrar: a Lei Magnitsky é usada para punir ditadores, violadores de direitos humanos e figuras de regimes autoritários — nada exatamente compatível com um ministro de corte constitucional que, goste-se ou não, atua dentro das instituições democráticas brasileiras. A decisão de incluí-lo já havia causado estranheza até entre conservadores sérios (sim, eles existem), mas convenhamos: para alguns influenciadores, coerência nunca foi um valor muito disputado.

A sanção havia congelado eventualmente bens nos EUA e até bloqueado cartão de crédito com bandeira americana. Moraes recebeu, inclusive, a simpática sugestão de migrar para um cartão Elo — um símbolo involuntário da soberania nacional em forma de plástico.

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Mas agora, com a reaproximação entre Trump e Lula — sim, você leu certo — o governo americano recuou. Ou seja: o enredo perfeito para deixar completamente desnorteados aqueles que vivem de transformar qualquer movimento institucional em parte de uma saga imaginária entre “o bem e o mal”.

Enquanto isso, a democracia segue seu curso, a verdade continua menos cinematográfica do que as teorias viralizáveis, e Moraes volta à situação anterior: ministro do STF, sem sanção internacional e ainda protagonista involuntário da comédia política brasileira.

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