Alckmin se reúne com setores afetados por tarifaço e com encarregado de negócios

Vice-presidente reitera plano de contingência para atender setores mais afetados por taxações
Redação

O vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), reafirmou que o plano de contingência do Governo Federal para ajudar os setores afetados pelo tarifaço de Donald Trump está pronto para análise do presidente Lula e equipe. A taxação de produtos afetados pelo tarifaço entrou em vigor na quarta-feira (6/8), e a expectativa do Executivo, segundo Alckmin, é apresentar o plano nos próximos dias, possivelmente na forma de Medida Provisória a ser encaminhada ao Congresso.

Foto: Planalto
Geraldo Alckimin e Comissão

"O plano de contingência é exatamente para poder atender aquelas empresas que foram mais afetadas, que têm uma exportação maior para os Estados Unidos. Tem setores que produzem 90% para o mercado interno, setores que metade do que produzem é para exportar e outros que exportam mais da metade para os Estados Unidos. Portanto, muito expostos", disse o vice-presidente.

Alckmin reuniu-se nesta quinta-feira (7) com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar. O encontro ocorreu fora da agenda. A reunião foi realizada no prédio do Mdic, em Brasília. No entanto, nem a pasta, nem a embaixada dos EUA detalharam o teor da conversa, que tratou das relações bilaterais entre os países.

Continue lendo após a publicidade

Em meio às negociações sobre o tarifaço, Escobar é o principal interlocutor do governo estadunidense no Brasil. Até agora, o governo de Donald Trump não designou um embaixador para o país, após a saída de Elizabeth Bagley do cargo, em janeiro. Escobar encontrou-se ainda com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS) e esteve também na Câmara dos Deputados.

Além de se reunir com o interlocutor dos EUA, o vice-presidente falou com empresários de diversos setores e representantes dos estados.

"Hoje eu recebi o governador do Ceará, o Elmano de Freitas. O Ceará é um estado que tem um nível de exportação para os Estados Unidos dos mais altos. Recebi o setor de calçado, também afetado e que muita mão de obra. E mas mais afetado ainda é o couro – mais de 40% é para exportação", explicou, ao descrever o mapeamento que vem sendo feito pelo governo para identificar em que medidas o plano de contingência está pensado.

"Aí você pega um setor específico como pescado, a tilápia, o maior consumo é interno. Mas se pega o atum, a maior parte é exportação. Então, às vezes, dentro de um próprio setor, há uma diferenciação de quem exporta mais ou menos", exemplificou. Ele lembrou, entretanto, que quase metade das exportações brasileiras, 45%, está fora da ordem executiva que impôs o tarifaço de 50%.

A tarefa do Brasil, então, como explicou, é trabalhar para diminuir essa alíquota e para excluir o máximo possível do chamado tarifaço. "E, de outro lado, ter esse plano de contingência para atender os setores que são mais expostos às exportações para os Estados Unidos."

Desde ontem (6), os Estados Unidos taxam em 50% parte das importações de produtos brasileiros. Segundo o Mdic, a tarifa máxima de 50% afeta 35,9% das vendas de produtos brasileiros aos Estados Unidos, e 44,6% estão na lista de exceções e continuam a pagar 10% de tarifa.

Entre os itens que não foram sobretaxados pelos Estados Unidos, estão suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e produtos energéticos. No entanto, as exportações de carne e de café foram sobretaxadas e pagam 50%.

Leia também