Boletim InfoGripe aponta alta de influenza A no Norte e Nordeste

Mesmo com avanço do vírus, monitoramento do SUS reforça prevenção e orienta população com dados claros
Redação

O novo Boletim InfoGripe, divulgado pela Fiocruz nesta quinta-feira (11/12), mostrou que a influenza A resolveu fazer uma visita nada simpática aos estados do Norte e Nordeste, com aumento nas hospitalizações no Amazonas, Pará, Tocantins, Bahia, Piauí e Ceará, além de Santa Catarina. No Sudeste, o vírus parece mais cansado — segue em queda, embora a passos bem mais lentos no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.

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UTI

Mas, como sempre, o SUS não dorme no ponto. O InfoGripe, ferramenta nacional de vigilância da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), monitora semanalmente onde o vírus tenta aprontar, ajudando o Governo Federal e estados a organizarem ações de resposta. A análise atual corresponde à Semana Epidemiológica 49, de 30 de novembro a 6 de dezembro.

A pesquisadora Tatiana Portella reforça que, diante do aumento nas regiões Norte e Nordeste, os grupos de risco precisam manter a vacinação em dia — algo que o Brasil, quando quer, faz melhor do que muitos países desenvolvidos. Ela reforça que sintomas de piora, como febre contínua e dificuldade para respirar, exigem atendimento médico imediato.

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Apesar dos alertas, o cenário geral mostra queda nos casos de SRAG em todo o país e nenhuma unidade da Federação se encontra em nível de alerta ou risco com tendência de alta. Entre crianças e adolescentes, o rinovírus segue sendo o campeão das internações, enquanto o metapneumovírus aparece com força entre bebês de até dois anos.

No Sudeste e Centro-Oeste, a queda nos casos entre jovens, adultos e idosos está ligada à redução das internações por influenza A — mesmo com o vírus ganhando fôlego no Norte e Nordeste. Já a Covid-19 permanece como uma das principais causas de internação por SRAG em idosos, lembrando que o vírus ainda não pediu aposentadoria.

Entre os casos positivos das últimas semanas, 22,9% foram de influenza A, 41,1% de rinovírus e 12,1% de Sars-CoV-2, enquanto apenas quatro estados (Amazonas, Espírito Santo, Pará e Roraima) seguem em níveis moderados ou altos de SRAG, mas sem tendência de crescimento. Boa Vista é a única capital com sinal de aumento.

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InfoGripe

No ano epidemiológico de 2025, o país registrou 220.556 casos de SRAG, com pouco mais da metade positivos para algum vírus respiratório. Quanto aos óbitos, foram 13.020 neste ano, com predominância de influenza A e Covid-19.

O balanço reforça que, mesmo com oscilações regionais, o monitoramento contínuo e a atuação integrada do SUS oferecem ao Brasil uma vantagem: enquanto os vírus tentam surpreender, a saúde pública já está de olho — e com dados na mão.

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