Lula nomeia procurador federal para presidência do INSS

Gilberto Waller Júnior substitui Alessandro Stefanutto, que deixou o cargo após escândalo
Nacional

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou nesta quarta-feira (30) o procurador Gilberto Waller Júnior como novo presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)

Ele substitui Alessandro Stefanutto, que deixou o cargo após o escândalo dos descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas.

Foto: Reprodução
Presidente Lula durante entrega da PEC da Segurança Pública no Palácio do Planalto, em 24 de abril de 2025

A informação de que Lula nomearia diretamente o novo presidente havia sido anunciada pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, nesta quarta.

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Waller é bacharel em ciências jurídicas e sociais com pós-graduação em combate à corrupção e lavagem de dinheiro. Também formado em Direito, ele ingressou no poder público como procurador do INSS em 1998, tendo ocupado os cargos de corregedor-geral do INSS de 2001 a 2004 e subprocurador-geral do INSS de 2007 a 2008.

Na CGU (Controladoria-Geral da União), ocupou a função de ouvidor-geral da União de março de 2016 a janeiro de 2019 e de corregedor-geral da União de 2019 a 2023. Atualmente, ocupa o cargo de corregedor da Procuradoria-Geral Federal, órgão da Advocacia Geral da União.

Segundo aliados do presidente, o nome de Waller foi sugerido pelo ministro-chefe da AGU, Jorge Messias. Pesou para a escolha o perfil técnico, descrito como de "xerife", do novo superintendente do INSS.

O chefe da CGU, Vinicius de Carvalho, também foi consultado e apoiou a indicação de Messias.

O novo presidente do instituto teve uma conversa com Lula, que deu carta branca para adotar medidas saneadoras no INSS. Além da trajetória fora do instituto, a passagem pelo INSS foi levada em conta para a escolha. Segundo relatos, Lula teria dito "faça o que deve ser feito".

A ideia foi buscar um nome técnico com ampla experiência em gestão e auditoria mas com conhecimento técnico da área.

Lula optou por tomar a responsabilidade para si, ao invés de deixá-la com o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, chefe da pasta a qual o instituto é vinculado. Segundo Gleisi, a decisão não se tratou de desconfiança de Lula em relação ao ministro.

Atas de reuniões de 2023 mostraram que o Lupi havia sido informado sobre o aumento das denúncias de irregularidades nos descontos do INSS, mas levou cerca de um ano para tomar as devidas providências.

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