Cidade de São Paulo tem recorde de furtos e alta de homicídios no 1º trimestre
Vítimas de assassinato no estado chegaram ao menor patamar da série histórica para o período
PolíciaO primeiro trimestre de 2025 na cidade de São Paulo registrou 61.829 furtos, marca recorde da série histórica, que existe desde 2001. Houve, ainda, alta nos homicídios, que chegaram a 132 vítimas registradas de janeiro a março. Já os indicadores de latrocínio registraram queda, com 13 mortos, ante 18 no primeiro trimestre de 2024.
No estado, por outro lado, as mortes em homicídios dolosos chegaram à menor marca da série histórica para o trimestre, com 663 vítimas. O número de casos, 644, também é o menor. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública estadual e foram divulgados no início da noite desta quarta (30).
No estado houve uma oscilação de 3% na quantidade de furtos no trimestre (passou de 137.282 para 140.947). A quantidade é a segunda maior já registrada, atrás apenas do primeiro ano da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), em 2023, quando a marca ultrapassou a casa de 143 mil casos.
Os registros de estupro na capital também voltaram a bater recorde —nesse caso, a série histórica começou em 2018, quando o crime passou a ser investigado independentemente da vontade da vítima.
Foram 815 casos denunciados na cidade de São Paulo nos primeiros três meses do ano. Também houve recorde de registros para março, com 302 casos. A situação se repetiu na conta de todo o território paulista, com 3.862 denúncias no primeiro trimestre deste ano.
Em relação ao furtos em São Paulo a alta foi de 4,6% em relação ao ano passado, quando foram registradas 59.104 queixas. Diferentemente dos roubos, o furto não é realizado com violência.
Os roubos tiveram queda no trimestre na capital e no estado. No geral foram 45.223 notificações neste ano ante 51.906 no período anterior. Na cidade passou de 30.881 queixas para 26.758.
A alta nos indicadores de homicídio na cidade de São Paulo já havia sido registrada no bimestre, com 95 vítimas, ante 85 nos dois primeiros meses do ano passado. Considerando apenas o mês de março, foram 37 óbitos, o mesmo número contado pela Secretaria da Segurança Pública em março de 2024.
Procurada sobre ações preventivas contra furtos e homicídios, a gestão Ricardo Nunes (MDB) respondeu para procurar a Secretaria de Segurança Pública do governo Tarcísio.
Em nota, a pasta afirmou que investe em políticas públicas para enfrentar a criminalidade. "No primeiro trimestre deste ano, São Paulo registrou o menor número de mortes intencionais da série histórica, com queda de 2,76% nos homicídios dolosos e de 17,5% nos feminicídios. A pasta ressalta que todos os casos de crimes contra a vida são permanentemente analisados pelo SP Vida, programa que orienta as estratégias de enfrentamento e prevenção destes delitos."
A secretaria também citou quedas em roubos no estado e na capital, atribuindo a diminuição a um trabalho de desarticulação de quadrilhas e de investigação de cadeias de receptação, que serão intensificados para tentar reverter a alta nos registros de furto.
Sobre os registros de estupro, o governo Tarcísio afirmou que trabalha para reduzir a subnotificação desse tipo de crime e citou queda nos casos de feminicídio no primeiro bimestre (42 casos ante 51 no mesmo período de 2024).
No recorte do estado, foram 663 mortos por homicídio doloso no primeiro trimestre, com queda de 3,4% ante as 686 vítimas no mesmo período em 2024. A comparação de março mostrou ligeira alta, com 238 vítimas de homicídio, ante 234 no mesmo mês de 2024.
Uma dessas vítimas foi Eduardo Rodrigues Machado, 20, baleado na plataforma de embarque e desembarque da estação Vila Matilde (na zona leste da capital) da linha 3-vermelha no dia 20 de fevereiro. Momentos antes, ainda no interior do vagão, Machado havia discutido com o PM aposentado Enéas José da Silva.
Uma câmera de segurança registrou uma briga entre os dois já fora do trem. A confusão teria começado após um esbarrão entre eles.
Armado com uma pistola Taurus calibre 380, o PM atirou em Eduardo. O jovem chegoua ser levado ao Hospital Municipal do Tatuapé, mas não resistiu e morreu.
Silva foi preso em flagrante e permaneceu por alguns dias no Presídio Militar Romão Gomes. Ele teve o alvará de soltura expedido em 7 de março.
A juíza Isadora Botti Baraldo Moro justificou que o PM aposentado possui residência fixa, primário, de bons antecedentes e possui 57 anos de idade. Ele deve cumprir medidas cautelares, como se apresentar à Justiça a cada dois meses para informar e justificar suas atividades.
Ao mesmo tempo que os homicídios aumentaram na capital, o número de latrocínios (roubo seguido de morte) caiu na cidade em março, com quatro mortes.