Delegados ameaçados? Polícia agradece a “coragem” digital e segue trabalhando
Mensagens vagas em grupos de internet viram investigação real — e a Justiça dispensa bravatas virtuais
RedaçãoA Polícia Civil do Piauí confirmou, nesta terça-feira (9), que está investigando ameaças contra delegados feitas com a valentia típica de grupos de WhatsApp e redes sociais. As mensagens motivaram atuação imediata do departamento, afinal, quando alguém tenta intimidar o Estado com emojis e frases de efeito, a resposta vem com inquérito, não com “desafio” online.
Um dos alvos das ameaças, o delegado Charles Pessoa, manteve a rotina normal de combate ao crime organizado — sem precisar de filtro ou modo avião. “Já perdemos cinco irmãos nesse enfrentamento, mas nenhuma ameaça vai me fazer recuar. O apoio do secretário Chico Lucas e da equipe da segurança é fundamental”, afirmou, lembrando que coragem é atributo de quem investiga, não de quem encaminha mensagens anônimas.
A delegada-geral Lucy Keiko informou que as mensagens surgiram em grupos da internet e sinalizavam ataques diretos ao delegado. Nada novo: insultos digitais tentando intimidar profissionais de segurança. Segundo ela, os autores já estão sendo identificados com a mesma rapidez com que a internet propaga rumores.
Keiko reforçou que ameaçar um delegado é ameaçar toda a estrutura do Estado. “Quem ameaça um delegado, ameaça o delegado-geral, o comandante-geral, a Secretaria de Segurança, o Ministério Público e o Judiciário. Aqui ninguém tem medo”, disse — como quem lembra que a linha entre “coragem virtual” e prisão é bem curta.
O delegado Anchieta Nery, diretor de Inteligência, destacou que o monitoramento de ameaças faz parte da rotina. “100% das ameaças que chegam ao nosso conhecimento são apuradas. Não deixamos nenhum colega em risco. Em poucas horas ou dias, damos resposta e esclarecemos a situação”, afirmou, lembrando que a Justiça não trabalha no mesmo tempo dos grupos de memes, mas trabalha.
Segundo ele, os recentes episódios de violência no litoral ainda estão sob investigação, sem confirmação de envolvimento direto de facções. Enquanto nas redes aparecem decretos imaginários, no mundo real o trabalho segue no ritmo dos autos, não do alarde.