Operação Carbono Oculto 86, expôs a infiltração do PCC no setor combustíveis no PI
Entenda o caso após coletiva de autoridades envolvidas na operação; segundo Inquérito
RedaçãoA Operação Carbono Oculto 86, deflagrada pela Polícia Civil do Piauí, revelou um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, fraude fiscal e adulteração de combustíveis que movimentou mais de R$ 5 bilhões no país — sendo R$ 300 milhões apenas no Piauí.
O grupo investigado tem ligação direta com o Primeiro Comando da Capital (PCC), que criou uma célula financeira no estado, operando por meio de empresas de fachada, holdings e fintechs.
Como o Esquema Funcionava
Criação de empresas de fachada:
Mais de 70 CNPJs e 504 notas fiscais eletrônicas falsas foram usados.
Empresas simulavam transações de compra e venda de combustíveis com transportadoras fantasmas.
Adulteração e fraude na bomba:
Postos autuados pelo Imepi (Instituto de Metrologia do Piauí) apresentavam fraude nas bombas — entregavam até 10% menos combustível ao consumidor.
Os sistemas podiam ser controlados remotamente, até por celular.
Lavagem por meio de fintechs e fundos:
O dinheiro das fraudes era movimentado por fintechs interligadas e fundos de investimento, como o da Altinvest Gestão de Recursos, ligada ao operador financeiro do PCC, Rogério Garcia Peres.
Foram detectadas transferências diretas ao PCC, incluindo uma de R$ 702 mil.
Compra de postos e fachada de legalidade:
As empresas compravam redes locais de postos, mudavam a bandeira comercial, mas mantinham o controle real com o grupo criminoso.
O lucro era obtido tanto com a fraude tributária quanto com a lavagem de capital.
Principais Envolvidos
Denis Villani — apontado como principal operador no Piauí.
Rogério Garcia Peres (Altinvest) — operador financeiro do PCC.
Haran Sampaio e Danillo Soares — ex-proprietários da Rede HD, investigados.
Moisés Eduardo Pereira e Salatiel Soido — identificados como laranjas.
Victor Linhares (ex-vereador) — teria recebido um PIX de R$ 230 mil via fintech BK Bank, usada em outras operações de lavagem do PCC.
Crimes Apurados
Lavagem de dinheiro
Fraude fiscal e tributária
Adulteração de combustíveis
Associação criminosa e organização criminosa
Impacto Econômico e Social
Prejuízo direto aos consumidores: menos combustível entregue nas bombas.
Perdas fiscais ao Estado: sonegação e fraudes tributárias milionárias.
Risco de expansão da facção: o PCC utiliza setores legais como fachada para reinvestir lucros do tráfico e expandir influência econômica.
Importância da Operação
Segundo o delegado Anchieta Nery, a investigação representa um avanço estratégico no combate ao braço financeiro do PCC, que busca legalizar o capital do narcotráfico em setores como combustíveis, construção e medicamentos.
A desarticulação dessa rede marca um ponto de virada no enfrentamento à lavagem de dinheiro no Nordeste.
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