Preso por envenenamento coletivo é ouvido; laudo psiquiátrico sai em 10 dias

Julgamento foi adiado
Redação

Francisco de Assis Pereira Costa, suspeito do envenenamento coletivo em Parnaíba, no litoral do Piauí, foi ouvido por mais de 2 horas durante anamnese (entrevista) para confirmar se ele tem alguma doença mental ou desenvolvimento mental incompleto e, portanto, consciência ou não dos crimes praticados contra as oito vítimas.

Foto: Cidade Verde
Francisco de Assis Pereira Costa

O perito geral do Piauí, Antônio Nunes, adiantou que o prazo para a confecção do laudo psiquiátrico forense é de 45 dias, mas o resultado deve ser antecipado e pode sair em até dez dias. Ele não quis antecipar o teor das entrevistas, mas diz que foram suficientes.

Além do réu foram ouvidos hoje um irmão dele e duas enteadas. A esposa Maria dos Aflitos, que também está presa por envolvimento nos crimes, foi entrevistada na semana passada. Todos foram ouvidos no Instituto Médico Legal (IML) de Teresina.

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"Os depoimentos foram no mesmo sentido e já temos a conclusão praticamente formada", adianta o perito.

As cinco pessoas foram ouvidas individualmente. O réu não teve contato com os demais.

"Ouvimos eles para se traçar um perfil, entender o comportamento, a convivência, situações que ocorreram. Vamos fazer um laudo psiquiátrico forense descrevendo tudo o que a gente viu, inclusive, algo físico. A conclusão pode ser de insanidade ou não. Ele pode ser imputável, semi- imputável ou inimputável", explica Nunes.

O laudo psiquiátrico será assinado por uma especialista em psiquiatria forense e outro em Medicina Legal e Perícia Médica.

Perfil psicológico

A perícia científica do IML de Teresina vai definir um perfil psicológico do preso Francisco de Assis Pereira Costa, apontado como mentor intelectual do envenenamento de oito pessoas em Parnaíba.

O perfil foi solicitado após questionamento sobre insanidade mental de Francisco de Assis, feito pela Defensoria do estado. Se for confirmada a incapacidade de Francisco de Assis pelo laudo forense, ele terá redução de pena e poderá ficar em um manicômio judiciário ao invés de presídio.

O delegado Abimael Silva, que presidiu o inquérito dos envenenados, informou que as tipificações dos crimes contra Francisco de Assis não alteram caso dê positivo para a insanidade mental. “Caso seja confirmada a insanidade, o inquérito dele passa a ser separado e fica sucessível a medida de segurança e haverá punição diferente”, disse o delegado.

A audiência de Instrução e Julgamento foi adiada e remarcada para o dia 5 de setembro, devido à solicitação do teste de insanidade. No dia da audiência deverá ser apresentado o laudo do IML.

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