Simone Tebet debate com líderes do PT para ser candidata ao Senado por SP em 2026
Ela é vista como trunfo eleitoral numa disputa fundamental para Lula no maior estado do país
RedaçãoA ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB-MS), foi procurada por lideranças do PT de São Paulo para conversar sobre a possibilidade de ser candidata ao Senado pelo Estado em 2026.
A ministra do Planejamento fez carreira política no Mato Grosso do Sul, mas tem forte ligação com o estado paulista. Duas de suas filhas moram na capital, e ela tem também propriedades no litoral do Estado, onde passa boa parte de seu tempo livre.
Tebet, que já foi senadora pelo MS entre 2015 e 2022, foi consultada sobre a possibilidade de mudar o título eleitoral para São Paulo para poder disputar o cargo. Em 2022, ela teve 1,6 milhões de votos no Estado, ou 6,3% do total.
Ministros de Lula já se envolveram nas conversas.
A ministra viu a ideia com simpatia. Ela acredita que a grande batalha de aliados de Lula em 2026 será pela conquista de maioria no Senado, e não para os governos estaduais.
A manutenção da democracia, na visão dela, dependerá da vitória de forças anti-bolsonaristas no parlamento.
Lula compartilha da mesma visão.
O estado de São Paulo também é considerado essencial para a campanha presidencial de Lula. Em 2018, Fernando Haddad teve 7 milhões de votos no estado (32%), contra 15 milhões de Jair Bolsonaro (68%). A desvantagem, para os petistas, foi de 8 milhões de votos.
Quatro anos depois, em 2022, com Lula candidato à Presidência e Haddad ao governo, a diferença com Bolsonaro se estreitou: o petista teve 11,5 milhões de votos (44,8%), e Bolsonaro, 14,2 milhões (55,24%). A desvantagem caiu para 2 milhões apenas.
Especialistas apontaram na época que foi a reviravolta em São Paulo que deu a vitória a Lula, já que nas outras regiões o percentual de votos permaneceu praticamente o mesmo do verificado nas eleições de 2018.
Caso a ideia de Simone Tebet disputar o Senado por SP se concretize, o PT e seus aliados teriam quatro nomes para disputar os principais cargos em São Paulo: o de governador e as duas vagas no Senado.
Uma das possibilidades seria Fernando Haddad ser candidato ao governo, e Simone Tebet e Márcio França (PSB-SP) ao Senado.
Neste desenho, Geraldo Alckmin disputaria novamente a vice-presidência na chapa com Lula.
Haddad tem repetido que não pretende disputar cargos eletivos. Uma das possibilidades, segundo disse a interlocutores, seria coordenar a campanha presidencial de Lula em 2026. Ouviu como resposta que ele dificilmente conseguirá resistir à pressão para entrar em uma das disputas eleitorais.
Em outro desenho, Geraldo Alckmin seria candidato ao governo, e Haddad e Tebet, ao Senado. França seguiria ocupando um ministério importante em um futuro governo de Lula.
No terceiro formato, França seria candidato ao governo paulista, Alckmin e Tebet disputariam o Senado e Haddad seria vice de Lula.
O problema é que, no plano nacional, aliados recomendam que o presidente tenha como vice um candidato de centro ou centro-direita.