Lixo acumula, paciência acaba e ETURB diz que “está tudo em dia”

Trabalhadores param por salários atrasados enquanto Prefeitura empurra culpa e população paga a conta
Redação

A coleta de lixo em Teresina vai sofrer nova paralisação a partir desta segunda-feira (15), por 48 horas, nas zonas Sul e Sudeste da capital. Cerca de 200 trabalhadores cruzam os braços após três meses de atraso no pagamento de salários, horas extras e vale-alimentação. Para quem vive na cidade, o cenário já é conhecido: lixo nas ruas, calor, mau cheiro e a sensação de que o descaso virou política pública.

Foto: Reprodução
Caminhão de lixo em Teresina

Segundo o Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Piauí (SEEACEP), a empresa responsável pelo serviço foi comunicada da paralisação ainda na sexta-feira (12), mas, como de costume, diálogo passou longe. Enquanto isso, trabalhadores seguem acumulando contas e a população, sacos de lixo nas calçadas.

“Há três meses seguidos de atraso no vale-alimentação e nas horas extras. Neste mês, até agora, não pagaram absolutamente nada”, afirmou a direção do sindicato. A entidade alerta que, se não houver solução, a paralisação pode evoluir para greve por tempo indeterminado — o que, convenhamos, só oficializaria o caos que já se anuncia.

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Do outro lado, a ETURB e a Prefeitura de Teresina garantem que não devem um centavo à empresa e que o problema é, mais uma vez, exclusivo da concessionária. Em nota, o órgão informou que a empresa “não vem repassando aos trabalhadores” os valores devidos e prometeu adotar “todas as providências administrativas e legais cabíveis”.

Enquanto notas oficiais circulam e responsabilidades são jogadas de um lado para o outro, quem sente o impacto real são os trabalhadores, sem receber, e a população, sem coleta de lixo. No fim das contas, o discurso institucional pode até estar “em dia”, mas a cidade segue atolada — literalmente — no velho problema do lixo.

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