Maior mutirão da história do SUS realiza 34.290 atendimentos no país
O Ebserh em Ação - Agora Tem Especialistas ocorreu no sábado (13)
RedaçãoO maior mutirão da história do Sistema Único de Saúde (SUS) ocorreu no último sábado (13/9). O Ebserh em Ação - Agora Tem Especialistas realizou 34.290 serviços de saúde efetuados em 45 hospitais universitários federais em todas as regiões do País. Em entrevista ao programa A Voz do Brasil desta segunda-feira (15/9), o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Arthur Chioro, apontou o desafio de diminuir o tempo de espera na fila do SUS como um dos objetivos da iniciativa.
"E nós conseguimos, neste sábado, nos 45 hospitais realizar 1.666 cirurgias entre cirurgias de pequena, média e grande porte, e 4.043 consultas especializadas, 28.581 exames e terapias, um verdadeiro sucesso do ponto de vista de inclusão, mas o mais importante disso tudo é a gente poder tratar com dignidade brasileiros e brasileiras", disse Chioro.
Os números representam um aumento de 175% nos procedimentos realizados na primeira edição do mutirão, em 5 de julho, quando foram realizados cerca de 12 mil serviços. O terceiro Dia E já está previsto para dezembro, mês de aniversário dos 14 anos da Ebserh. "O presidente Lula agora quer que o próximo seja ainda maior e que a gente possa fazer muitos e muitos mutirões até que a gente possa atender com dignidade e com tempo de espera adequado cada brasileiro e brasileira", pontuou Arthur Chioro.
O mutirão foi uma ação integrada do programa Agora Tem Especialistas, com os ministérios da Saúde e da Educação, por meio da Ebserh e contou com atendimentos voltados a especialidades como cardiologia, ortopedia, oftalmologia e saúde da mulher.
"Nós olhamos pra fila do SUS em cada região e demos a liberdade pra cada hospital universitário poder, através dos seus esforços, atender a essa demanda regional. Portanto foram cirurgias oftalmológicas, cirurgia de ortopedia, cirurgia de câncer. Enfim, uma quantidade muito importante e exames muito importantes como tomografia, ressonância, endoscopias, ultrassonografia, que seja exames que as pessoas tão esperando muito tempo", detalhou o presidente da Ebserh.
Para realizar os atendimentos, foram mobilizados mais de 4 mil médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais trabalhadores, além de mais de 900 estudantes, somando-se assim, cerca de 5 mil profissionais para atender cada um dos pacientes que esperavam pelo serviço especializado. A ação ocorreu de forma simultânea em 24 estados e no Distrito Federal.
Leia a entrevista completa:
Presidente, vamos começar aí falando sobre o objetivo desse mutirão, né? O que representa essa ação e quantos procedimentos foram realizados?
Olha o objetivo é fazer com que os 45 hospitais universitários federais das nossas universidades públicas vinculadas ao MEC se associem ao Ministério da Saúde pra poder garantir aos brasileiros o Agora Tem Especialistas, esse programa que o presidente Lula criou pra enfrentar um dos maiores desafios do SUS, que é diminuir o tempo de espera na fila, e nós conseguimos neste sábado, nos 45 hospitais realizar 1.666 cirurgias entre cirurgias de pequena, média e grande porte 4.043 consultas especializadas e mais de 28.500 exames e terapias especializadas, um verdadeiro sucesso do ponto de vista de inclusão.
Mas o mais importante disso tudo, né? É a gente poder tratar com dignidade brasileiros e brasileiras como por exemplo a dona Jucinete da etnia Cocama, que viajou três dias de barco até Manaus para conseguir finalmente fazer uma cirurgia de colecistectomia de vesícula, ou por exemplo, a dona Creuzenir de 46 anos lá de China no Espírito Santo que conseguiu fazer uma cirurgia de grande porte, uma cirurgia bariátrica, ela que vinha há três anos sofrendo na fila de espera, tinha fraturado dois tornozelos, né? Que sofria com a hipertensão, com os efeitos da obesidade mórbida e agora pode ser tratada com dignidade.
O Dia E é isso, as universidades a serviço da vida, a serviço do agora tem especialista e aproveitando também pra ensinar os nossos alunos, residentes, enfim, cumprir essa missão da universidade.
O senhor fala aí de algumas pessoas que foram atendidas, quais especialidades foram mais atendidas nesse mutirão e como é que foram definidas? O que vai ser feito?
Diferente de outros mutirões, esse foi o maior mutirão nacional já realizado no país, nós não fizemos de uma única tipo de cirurgia, por exemplo, de catarata. Nós olhamos pra fila do SUS em cada região e demos a liberdade pra cada hospital universitário poder através dos seus esforços atender a essa demanda regional.
Portanto foram cirurgias oftalmológicas eh de cirurgia de ortopedia eh cirurgia geral eh cirurgia de câncer né? Eh cirurgia de otorrino laringologia. Enfim, uma quantidade muito importante e exames muito importantes como tomografia, ressonância, endoscopias, ultrassonografia, que seja exames que as pessoas tão esperando muito tempo.
A ideia do Agora Tem Especialistas é de fato diminuir o tempo de espera, fazer com que as pessoas tenham acesso e isso é muito importante, por exemplo, seu João Pedro da Silva de Maceió, 68 anos, estava há um ano esperando pra fazer uma cirurgia de pele com uma suspeita de um câncer, né? O câncer não pode esperar, quanto mais rápido for feito o diagnóstico, mais rápido ainda a intervenção, melhora o prognóstico e as condições de vida do paciente, de mesmo de sobrevivência, portanto essa essa urgência que o presidente Lula tem pedido a todos nós foi atendida com o Dia E, que foi um verdadeiro sucesso, 175% a mais de atendimentos do que a edição anterior que nós tínhamos feito em julho, é é um motivo pra comemorar, mas tem muito ainda pra fazer nesse país pelos SUS e pelos nossos cidadãos.
Presidente, no mutirão, como é que foi a adesão dos profissionais de saúde?
Olha, fantástica, né? Primeiro pela quantidade, foram mais de 5 mil profissionais, 939 estudantes, 4.233 trabalhadores, mas mais do que isso, da quantidade, é a dedicação, é o empenho, é o carinho com que as pessoas foram tratadas. O presidente Lula, o ministro Camilo Santana, o ministro Alexandre Padilha e eu acompanhamos aqui no Hospital Universitário de Brasília, da UNB, o atendimento.
"E assim, o que os pacientes mais diziam ao presidente Lula era, como nós estamos sendo tratados com dignidade, com respeito, com carinho e agradeciam muito, né? Ou seja, além de ter um tempo de espera excessivo na fila, muitas vezes as pessoas não são tratadas com dignidade e o hospital universitário tem que primar, porque inclusive ele forma os futuros profissionais de saúde.
O senhor esteve aqui na Voz do Brasil em julho, quando foi realizado o primeiro mutirão e o senhor já falou que foi um aumento muito grande em relação ao primeiro. Como foi possível aumentar essa quantidade de procedimentos? Foram 12mil, não foram? São 34?
Isso, de 12.464 procedimentos, nós evoluímos pra 34.290, 175% de aumento. E isso foi feito com muito envolvimento dos reitores, dos diretores dos hospitais, dos trabalhadores, estudantes, residentes, uma forte participação do Ministério da Saúde, do Ministério da Educação, ou seja, todo mundo junto pelo Agora Tem Especialistas, né? Todo mundo sob o comando do presidente Lula, que inclusive pessoalmente participou, né? Nos deu essa honra de poder mobilizar, se sensibilizar com as histórias dos pacientes e ao mesmo tempo nos cobrar.
O presidente Lula agora quer que o próximo seja ainda maior e que a gente possa fazer muitos e muitos mutirões até que a gente possa atender com dignidade e com tempo de espera adequado, né? Cada brasileiro e brasileira.
Presidente, lá no no mutirão, o senhor anunciou que fora os mutirões, a expectativa, a meta é aumentar em 40% dos atendimentos nos hospitais?
Isso, nós precisamos fazer com que os hospitais universitários federais, que são de excelência na formação, na pesquisa científica, né? Tem um papel fundamental, eles se abram cada vez mais pra serem hospitais do SUS, para o SUS, com compromisso com o SUS.
E isso tem que se traduzir também na ampliação da quantidade de atendimentos porque a população precisa do hospital universitário.
"Em muitos lugares desse país, é só no hospital universitário que nós temos determinados especialistas, determinados tipos de exames de procedimentos cirúrgicos e, portanto, nós não podemos dar as costas às necessidades do Brasil. E eu tenho insistido, nós temos que aumentar a nossa produção de consultas, de exames, de cirurgia e ajudar o Ministério da Saúde, ajudar o ministro Alexandre Padilha, que tem essa tarefa hercúlea, de fazer de maneira exitosa a implementação do agora tem especialistas, porque é uma prioridade pro nosso país.
E pra finalizar, vamos falar aí, vai ter um novo mutirão agora, no dia treze de dezembro, qual a expectativa, quem pode participar, como vai ser?
Veja, na medida em que nós estamos avançando, não só com os mutirões, mas também ampliando o atendimento nos nossos próprios hospitais, nós esperamos que em dezembro nós possamos contribuir com as filas que hoje os gestores municipais e estaduais têm nas suas centrais de regulação.
Portanto, os pacientes, as pessoas que estão nos ouvindo aqui na Voz do Brasil, devem procurar a Unidade Básica de Saúde, devem procurar o serviço especializado do seu município, da sua região, né? E os hospitais universitários federais participarão, ampliando, no dia treze de dezembro, essa ação de cidadania, o Dia E, pra poder atender mais e melhor a população brasileira.