O INIMIGO INVISÍVEL

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O açúcar refinado costuma levar a fama de vilão, mas os médicos avisam: existe um inimigo muito mais sorrateiro, poderoso e perigoso circulando pelo organismo — a inflamação crônica. Ela age em silêncio, sem alarde, mas afeta profundamente a fluidez do sangue, desgasta células, altera vasos e abre caminho para doenças graves como infarto, AVC, Alzheimer e até câncer.

E o pior? Ela cresce devagar, sem sintomas evidentes, enquanto corrói o equilíbrio do corpo por dentro.

Inflamação crônica: o sabotador silencioso

Segundo o nutrólogo Márcio Passos, essa inflamação persistente mantém o organismo em estado de alerta eterno, sobrecarregando tecidos e microvasos e ampliando riscos cardiovasculares.

O médico integrativo Wandyk Allison reforça: quando a inflamação se instala, o sangue perde fluidez, o endotélio sofre, o corpo passa a produzir microcoágulos e tudo — da oxigenação à libido — funciona pior. É um colapso discreto, porém profundo.

Por que o açúcar leva a culpa — mas não é o maior culpado

Sim, o açúcar refinado inflama e acelera o envelhecimento celular. Mas ele é apenas um ator dentro de um cenário já inflamado.
Falta de sono, estresse constante, desequilíbrio intestinal e carência de micronutrientes formam o terreno fértil onde o açúcar faz estrago.

“Controlar o açúcar é fácil. O difícil é corrigir a inflamação crônica, que é multifatorial”, resume Allison.

Hábitos: os grandes aliados (ou inimigos) do sangue

A saúde do sangue começa nos hábitos mais básicos.
Márcio Passos destaca três pilares:

• Alimentação equilibrada com proteínas, gorduras boas e baixo teor de açúcar
• Sono reparador, quando o corpo produz melatonina, GH e testosterona
• Gestão do estresse, que evita picos de cortisol — o inflamador nº 1

Já o excesso de estresse, lembra o médico, aumenta a glicemia, amplia riscos cardíacos e acelera a inflamação silenciosa.

Sinais de que o sangue está pedindo socorro

Alguns alertas podem parecer simples, mas revelam muito:

• Cansaço permanente
• Mãos e pés gelados
• Palidez
• Queda de cabelo
• Tontura ao levantar
• Cicatrização lenta

São indícios de oxigenação comprometida ou sangue mais espesso do que deveria.

Como melhorar a oxigenação e a qualidade do sangue

A boa notícia: o sangue responde rápido a mudanças inteligentes.
Entre as principais estratégias apontadas por Allison estão:

• Mover o corpo: exercício é o melhor anticoagulante natural
• Respirar profundamente para aumentar o oxigênio no plasma
• Comer alimentos vivos: folhas verde-escuras, beterraba, cúrcuma, frutas vermelhas, peixes
• Hidratar de verdade: o sangue é 83% água
• Dormir bem para renovar células e eliminar toxinas

Manter ferro, ácido fólico e vitamina B12 em níveis adequados fecha o ciclo de vitalidade.

No fim, como resume o especialista:
“O sangue reflete o equilíbrio interno. Cuidar dele é cuidar da vida.”