Trens ficam maiores no corredor do agro entre o Centro-Oeste e o porto de Santos
Composições, que tinham 120 vagões desde 2021, ganharam mais 15Quatro anos após passar a utilizar um trem com 120 vagões no principal corredor ferroviário do agronegócio brasileiro, entre Rondonópolis (MT) e o porto de Santos, o trecho passou a receber composições com 135 vagões.
Diariamente, oito trens da concessionária Rumo com esse novo formato partem, além da cidade mato-grossense, de outros terminais em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins —este no Norte do país— com destino ao porto no litoral paulista, transportando, cada um, 17.200 toneladas de grãos, 10,96% mais que as 15.500 toneladas da composição com 120 vagões. Até 2021, os trens usados no trecho tinham 80 vagões, que levavam 7.600 toneladas cada.

De acordo com a operadora, foram levados em conta para a solução a busca pela segurança logística, a eficiência, com ganhos em emissão de gases e economia de combustível, e o aumento da capacidade de transporte na malha paulista.
Foram mapeadas a tecnologia embarcada nas locomotivas (força e tração), a forma de carregamento nos terminais, o tempo necessário para embarcar toda a carga, como seria trafegar com os trens maiores nas cidades paulistas e, por fim, como seria a chegada a Santos e o desembarque.
"A gente avançou de um trem de soja, que a gente fazia com 80 vagões, para 120, e já estamos rodando em modelos de 135 vagões. É um ganho de produtividade ao longo dos últimos quatro, cinco anos, que basicamente se transporta a mesma carga com menos trem, com menos diesel e mais eficiência", afirmou à meio de comunicação nacional Igor Figueiredo, diretor comercial da Rumo.
Como comparação, quando passou de 80 vagões para 120, a cada 100 viagens feitas com o trem maior houve ganho de combustível equivalente a 4 trens. Agora, o chamado "transit time" (tempo de intervalo da viagem do terminal até o destino) apresentou redução de uma hora.
O comprimento do trem, claro, aumentou, de 2,25 quilômetros para 2,4 quilômetros, adicional que representa a retirada de 33 caminhões das rodovias por viagem de trem feita —totalizando 294 por embarque.
Por isso, saber como seria o comportamento na malha paulista era importante pelo fato de ela ser altamente recortada, com curvas irregulares e traçado que dificulta a operação de grandes composições.
Isso acontece devido às suas origens, a partir da segunda metade do século 19, quando foram criadas para buscar café diretamente nas fazendas para conduzir as cargas até o porto santista.
O investimento, conforme a Rumo, foi de cerca de R$ 350 milhões, incluindo a ampliação dos pátios de manobra e as obras para a composição do trem. A operadora administra 14 mil quilômetros de ferrovias em nove estados e possui em sua base 1.400 locomotivas e 35 mil vagões.
Fonte: Revista40graus e colaboradores