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Governo federal reforça ações para manter redução do desmatamento na Amazônia

Aumento pontual em abril mobiliza ministérios para evitar reversão da trajetória de queda
Redação

Amazônia, Cerrado e Pantanal, biomas monitorados em tempo real pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), registraram queda no desmatamento de agosto de 2024 a abril de 2025, comparado com o período anterior, de agosto de 2023 a abril de 2024.

Foto: Ministério do Meio AmbienteMinistra Marina Silva em Conferência
Ministra Marina Silva em Coletiva de imprensa

No intervalo, as áreas sob alerta de desmatamento caíram 75% no Pantanal e 25% no Cerrado. Na Amazônia, onde houve redução de cerca de 46% na taxa anual de desmatamento em 2024 ante 2022, a diminuição foi de 5%, atingindo o menor nível nos últimos 10 anos para o bioma.

O mês de abril de 2025, especificamente, apresentou aumento pontual do desmate em relação a abril de 2024 na Amazônia (55%) e no Cerrado (26%). O governo federal se mobiliza para evitar que o quadro observado neste mês se transforme em tendência, o que pode repercutir na taxa anual de desmatamento, medida de agosto de 2024 a julho de 2025 pelo sistema Prodes, do Inpe, O objetivo é manter a trajetória de redução do desmatamento no país obtida desde o início do governo do presidente Lula, que tem a meta de zerá-lo até 2030.

De agosto de 2023 a abril de 2024, o Deter registrou 2.686 km² sob alertas de desmatamento na Amazônia, 4.868 km² no Cerrado e 984 km² no Pantanal. De agosto de 2024 a abril de 2025, foram 2.542 km² na Amazônia, 3.698 km² no Cerrado e 248 km² no Pantanal.

“Fizemos questão de vir aqui exatamente para fazer o devido ajuste e colocar para a sociedade brasileira o quanto o governo está comprometido, a partir da articulação de 19 ministérios, com as medidas necessárias, que estão já sendo debatidas na Casa Civil, para que sigamos levando o desmatamento para baixo e cheguemos ao desmatamento zero em 2030”, destacou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, em coletiva de imprensa sobre os dados realizada nesta quinta-feira (8/5) no Palácio do Planalto em Brasília (DF).

Apesar do desmatamento seguir em trajetória de queda, com números significativamente inferiores aos registrados em anos anteriores, o aumento pontual observado em abril mobilizou o governo federal a reavaliar as estratégias do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia (PPCDAm) e definir ações prioritárias para conter a possível reversão da tendência.

Reuniões

Também nesta quinta-feira, o governo federal realizou a quinta reunião da Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento (CIPPCD), que reúne 19 ministérios e órgãos convidados sob a presidência da Casa Civil. A comissão discutiu medidas para intensificar a fiscalização e a responsabilização (administrativa, civil e criminal) para coibir o desmatamento ilegal (atuação em campo e remota).

No encontro, foram apresentados os resultados das operações de fiscalização ambiental conduzidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de janeiro a abril de 2025. Os números demonstram a intensificação das ações de combate aos crimes ambientais, com aumentos expressivos em relação à média do mesmo período dos últimos quatro anos (2021 a 2024).

Na Amazônia, foram lavrados 1.337 autos de infração contra a flora (+74%), aplicados R$ 622,6 milhões em multas por desmatamento ilegal (+42%) e realizados 953 embargos por desmatamento ilegal (+91%). Também houve 649 apreensões por infrações ambientais (+99%), totalizando R$ 146,8 milhões em bens e equipamentos retidos.

No Cerrado, o Ibama registrou 190 autos de infração contra a flora (+45%), R$ 64,8 milhões em multas aplicadas por desmatamento ilegal (+85%), 115 embargos por desmatamento ilegal (+84%) e 106 apreensões, com valor estimado de R$ 9,9 milhões.

Na reunião da CIPPCD, também foram aprovados os Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Mata Atlântica ( PPMata Atlântica ) e no Pampa ( PPPampa ) . Com as entregas, pela primeira vez os seis biomas brasileiros contam com PPCDs, que funcionam como guias para a preservação ambiental em diferentes eixos.

“Agora, temos planos para todos os biomas brasileiros. Não se trata apenas de um documento, mas de tarefas que se tornam obrigatórias para o governo e que já têm produzido resultado, a exemplo da redução de cerca de 46% do desmatamento na Amazônia em 2024 em relação a 2022", afirmou a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior.

Em seguida, ocorreu também a retomada das reuniões da Sala de Situação sobre Incêndios do governo federal, integrada por 10 ministérios e outros seis órgãos federais. O grupo se reunirá de forma periódica para monitorar a evolução do quadro climático e sua repercussão sobre o risco de incêndios, a fim de adotar as necessárias medidas preventivas e de combate.

Fonte: Revista40graus e colaboradores

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