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Aliança Global completa um ano com avanços no combate à fome e à pobreza

A iniciativa liderada por Wellington Dias e Eva Granados
Redação

Iniciativa liderada por Wellington Dias e Eva Granados reúne mais de 200 membros e já impulsiona programas nacionais em larga escala

Doha (Catar) — Ao completar um ano de criação, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza apresentou nesta segunda-feira (3) um balanço dos avanços alcançados desde seu lançamento durante a presidência brasileira do G20, em 2024. A Primeira Reunião de Líderes da Aliança, realizada em Doha, reuniu representantes de mais de 200 países e organizações internacionais para anunciar novas parcerias e avaliar os resultados das ações em curso.

Foto: ReproduçãoWellington Dias em Doha no Catar
Wellington Dias em Doha no Catar

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social e copresidente da Aliança, Wellington Dias, destacou que a fome e a pobreza são resultado de decisões políticas. “Se são escolhas, podemos fazer escolhas diferentes”, afirmou. Segundo ele, a iniciativa se consolidou em apenas doze meses como um “mecanismo vivo de solidariedade, coordenação e ação”.

Desde o lançamento, a Aliança expandiu-se de 148 membros fundadores para mais de 200, incluindo 105 países e 96 organizações internacionais, financeiras e da sociedade civil. Entre as conquistas, estão a criação da Cesta de Políticas, com 51 categorias e 70 exemplos de programas nacionais, e o Conselho de Campeões, que reúne até 50 representantes de alto nível.

Dias destacou também a Iniciativa de Planejamento Acelerado (Fast Track), que transforma planos nacionais em parcerias concretas. “Em março, 13 países prioritários começaram a desenvolver programas baseados na Cesta de Políticas. Até agora, recebemos 85 manifestações de interesse de membros”, informou o ministro.

Durante o encontro, foram anunciados os primeiros planos de implementação nacional em larga escala da Aliança, com Etiópia, Haiti, Quênia, Palestina e Zâmbia à frente. As parcerias reúnem governos, bancos multilaterais e agências da ONU em projetos voltados à proteção social, agricultura, nutrição e resiliência climática.

Os compromissos envolvem novos financiamentos e realocação de recursos de instituições como o Banco Mundial, o BID, o FIDA e o Banco Africano de Desenvolvimento, além da cooperação técnica de países como Brasil, Alemanha, Índia, Espanha e Reino Unido.

A copresidente Eva Granados, secretária de Estado da Cooperação Internacional da Espanha, elogiou o modelo da Aliança. “O que vemos hoje não é o de sempre. São países liderando com seus próprios planos, e a comunidade internacional se alinhando a eles. É assim que aceleramos o progresso”, afirmou.

Também presente, Annalena Baerbock, presidente da Assembleia Geral da ONU, ressaltou que mais de 600 milhões de pessoas ainda passam fome no mundo. “Num planeta de abundância, o direito à alimentação é possível. Precisamos transformar declarações em soluções”, defendeu.

Avanços no Brasil e novos compromissos

Em seu discurso, Wellington Dias destacou o progresso do Brasil na redução da fome e da pobreza. “Desde 2023, retiramos 24,4 milhões de pessoas da fome e 7,6 milhões da pobreza, graças a políticas baseadas em evidências e à decisão do presidente Lula de incluir os pobres no orçamento”, afirmou. O país saiu do Mapa da Fome da ONU em julho de 2024, dois anos antes da meta prevista.

Outros países, como Camboja, República Dominicana, Indonésia, Ruanda e Tanzânia, avançam no processo Fast Track, enquanto Somália, Cuba e Líbano manifestaram interesse em integrar a próxima fase.

Foto: ReproduçãoWellington Dias em Doha no Catar
Wellington Dias em Doha no Catar

Rumo à COP30

O encontro também debateu a Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática, que será apresentada durante a COP30, no Brasil. O texto propõe uma transição climática justa, que proteja os mais vulneráveis e fortaleça sua resiliência frente às mudanças climáticas.

Números da Aliança Global

200+ membros (105 países e 96 organizações)

14 pré-planos nacionais desenvolvidos

9 planos validados por governos

85+ ofertas de parceria recebidas

4 países em implementação ativa (Etiópia, Haiti, Quênia e Zâmbia)

Fonte: Revista40graus, colaboradores e MDS

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