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Em viagens ao Brasil, o agora novo papa deixou marcas de serenidade e cortesia

Robert Prevost esteve em cidades brasileiras em ao menos quatro ocasiões para eventos com ordem dos
Redação

Antes de cancelar sua visita mais recente ao Brasil devido à morte do papa Francisco e, por consequência, a convocação de um novo conclave, o americano Robert Prevost, agora papa Leão 14, já esteve em solo brasileiro em ao menos quatro ocasiões.

No ano de 2004, ele visitou o Colégio Santo Agostinho de Belo Horizonte, em Minas Gerais, que celebrava 70 anos. O papa aparece sentado no teatro do colégio em fotos recuperadas. Ele também esteve em Campinas, no interior de São Paulo, em 2008.

Em 2012, passou por Minas Gerais novamente, por São Paulo e pelo Paraná, visitando comunidades agostinianas, ordem da qual era superior geral na época.

Foto: Província da ConsolaçãoO frei Jeferson Felipe Cruz em profissão solene na presença de Robert Francis Prevost, em 2012, no Brasil
O frei Jeferson Felipe Cruz em profissão solene na presença de Robert Francis Prevost, em 2012, no Brasil

Segundo o frei Jeferson Felipe Cruz, da Província Agostiniana Nossa Senhora da Consolação do Brasil, Prevost se mostrou um homem reservado, mas muito cortês. "Nessa ocasião [2012, em Minas Gerais] eu fiz a profissão solene e tive a graça de emitir os votos nas mãos dele. Apesar da função, do cargo, sempre conservou sua personalidade. Muito cortês, muito sereno, educado e delicado no trato com as pessoas", diz.

Em julho de 2013, o americano passou por São Paulo em uma visita ao Colégio Agostiniano Mendel, onde participou da programação oficial da Pré-Jornada Mundial da Juventude, quando Francisco visitou o Brasil pela primeira vez como papa.

O frei Maurício Rocha, prior da Província Agostiniana do Brasil, que também esteve com o novo papa em mais de uma ocasião, observou sua ligação com a América Latina. "Ele visitou as nossas comunidades, ia fazer as visitas, conversar com os frades, ver como estava a vida comunitária e fomentar também a unidade, que é o carisma da nossa ordem", diz. "O que nos marcava era a serenidade dele. Um homem tímido, porém com um sorriso. Um homem profundamente espiritual e com um coração missionário."

Os membros da Ordem de Santo Agostinho destacam que o serviço à Igreja Católica e o espírito comunitário devem guiar as ações do novo papa. "O carisma da nossa ordem é o que nos deixou Santo Agostinho, que é a vida comunitária, a interioridade, ou seja, encontrar Deus que habita dentro do homem. Esse serviço à Igreja com muito amor, com muito zelo, são aspectos que vão caracterizar o papado de Leão 14 porque ele é um agostiniano", afirma frei Maurício.

Para os frades, Prevost também deve dar continuidade a muitas obras iniciadas pelo papa Francisco, mas com sua própria gestão. "Eu penso que ele não vai se distanciar muito daquilo que foi inaugurado por Francisco, nesse sentido da abertura, da sensibilidade com as realidades mais sofridas do mundo. Lógico que não será uma cópia. Ele vai continuar nessa estrada, mas dando uma característica própria. E esse próprio, eu espero e creio, e será muito influenciado pelo carisma e pela espiritualidade agostiniana", afirma frei Jeferson.

Outros religiosos e instituições católicas brasileiras também se pronunciaram festejando a escolha de Leão 14. Em comunicado oficial, a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) saudou o novo pontífice destacando a "profunda alegria e gratidão a Deus" com que recebeu o sucessor do papa Francisco.

"O Brasil acolhe sua eleição com o coração aberto. Foram dias intensos de oração, em que todas as nossas comunidades se uniram para rezar pelo sufrágio da alma do papa Francisco, e depois dos novemdiales [nove dias de luto após a morte de um papa], pelo conclave, para que o Espírito Santo conduzisse o Colégio Cardinalício", disse.

 

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