Gráficos da derrota
Datafolha explica em números o que a política insiste em fingir não verSe alguém ainda tinha dúvidas, o Datafolha resolveu com um gráfico simples: no segundo turno, Lula abre 15 pontos sobre o herdeiro oficial da família Bolsonaro, Flávio. O senador foi ungido pelo pai — aquele que só poderá ser candidato aos 105 anos — e estreia na disputa com a sutileza de um piano caindo do 15º andar.
Nos gráficos, fica fácil até para quem faltou à aula de matemática:
- Lula: 51%
- Flávio: 36%
Basta olhar a curva azul subindo e a vermelha descendo para entender por que o centrão recebeu a notícia da “indicação” com o entusiasmo de uma segunda-feira chuvosa.
Quando trocamos o sobrenome, a mágica acontece. Com Tarcísio e Ratinho Jr., a diferença cai para 5 e 6 pontos, respectivamente. Nos gráficos comparativos, dá até para montar uma aula de estatística sobre “como um nome pesa mais que um palanque”. Enquanto os governadores oferecem “competitividade”, os Bolsonaros oferecem “rejeição com pedigree”.
Falando em rejeição, prepare o marcador amarelo:
- Bolsonaro: 45%
- Lula: 44%
E, sem nunca terem encostado no Planalto, os candidatos da família já carregam um índice digno de veteranos:
- Flávio: 38%
- Eduardo: 37%
- Michelle: 35%
Na mesma página, os governadores aparecem com números quase didáticos: Tarcísio 20%, Ratinho Jr. 21%, Caiado 18%. Uma aula prática de como imagem local não se traduz automaticamente em voto nacional — mas também de como rejeição hereditária é um fenômeno brasileiro digno de estudo.
Nos cenários de primeiro turno, os círculos e barras se repetem quase como um carimbo: Lula com 41%, e a direita dividida em parcelas, enquanto cada membro da família Bolsonaro mostra exatamente o mesmo desempenho, como se fosse uma planilha: troca o nome, o gráfico continua igual.
Por enquanto, os números contam a história que a política tenta negar: o sobrenome que já venceu eleições hoje atrapalha, e muito. E como todo bom gráfico pedagógico ensina, tendência é mais importante que ponto isolado. O Planalto comemora, mas não relaxa: rejeição alta é sinal gráfico piscando em vermelho.
Em resumo: se os candidatos fossem barras, Lula estaria estável, os governadores subiriam e a família Bolsonaro, bom… estaria na legenda como observação de rodapé. Uma aula de democracia em formato Datafolha.
É importante lembrar: pesquisa não elege ninguém. É um retrato de agora, um momento congelado na disputa. Mas quando vários levantamentos começam a apontar a mesma direção — especialmente a partir de março e abril — isso deixa de ser apenas fotografia e começa a virar tendência estatística. E, se os números seguirem assim, a sinalização é clara: o atual presidente caminha para uma vitória com margem confortável.
Fonte: Revista40graus, Datafolha, mídias e colaboradores
