Morre Mino Carta, fundador da CartaCapital e ícone do jornalismo brasileiro
Jornalista ítalo-brasileiro deixa legado de independência editorial e criação de grandes veículosO jornalista ítalo-brasileiro Mino Carta, um dos nomes mais influentes da imprensa nacional, morreu nesta terça-feira (2), em São Paulo, aos 91 anos. Ele estava internado havia duas semanas na UTI do Hospital Sírio-Libanês, enfrentando problemas de saúde. A causa da morte não foi divulgada.
Trajetória marcante
Nascido em Gênova, na Itália, em 1933, Mino veio para o Brasil ainda criança, acompanhando a família. Sua carreira no jornalismo começou cedo e foi marcada pela ousadia editorial e pela criação de alguns dos veículos mais importantes da imprensa brasileira.
Em 1960, fundou a revista Quatro Rodas, pela Editora Abril. Poucos anos depois, esteve à frente da criação do Jornal da Tarde (1966) e, em 1968, participou do lançamento da revista Veja. Mais tarde, foi um dos responsáveis pelo nascimento da revista IstoÉ.
Em 1994, Mino deu início ao projeto mais emblemático de sua trajetória: a revista CartaCapital. A publicação tornou-se referência por adotar uma linha crítica, independente e de posicionamento editorial firme frente ao cenário político e econômico do país.
Reconhecimento e legado
Ao longo de seis décadas, Mino Carta se consolidou como uma das vozes mais respeitadas do jornalismo nacional. Sua postura combativa, especialmente contra a ditadura militar e em defesa da democracia, fez dele um personagem central na história da imprensa brasileira.
Além de jornalista, também se dedicou à literatura, publicando livros que mesclam memória, crítica e ficção.
Repercussão da morte
A morte de Mino Carta gerou grande comoção. Políticos, jornalistas e entidades ligadas à comunicação manifestaram pesar e lembraram seu papel fundamental na consolidação da imprensa livre no Brasil.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou três dias de luto oficial e afirmou que Mino foi não apenas um jornalista brilhante, mas também “um amigo e um defensor incansável da democracia”.
Família e despedida
Mino Carta era viúvo de Maria Angélica Pressoto, com quem teve dois filhos: Gianni, falecido em 2019, e Manuela, que sobrevive ao pai.
O velório e sepultamento do jornalista devem ocorrer em cerimônia restrita à família, em São Paulo.

Fonte: Reprodução