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Funcionário da Zoonoses e protetora de animais são presos em operação

Operação Falso Vet, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA)
Redação

Um funcionário da Zoonoses de Teresina e uma protetora de animais foram presos na manhã desta segunda-feira (12), durante a Operação Falso Vet, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA).

Foto: Renato AndradeDelegada Adília Klein
Delegada Adília Klein

Ao todo, cinco pessoas foram alvo de investigações pelo crime de maus-tratos com agravante de tortura animal. Além disso, 10 gatos e quatro cães foram resgatados.

A casa de um polícial militar do estado do Maranhão, que também é estudante de médicina veterinária, foi alvo de busca e apreensão. Segundo a delegada Adília Klein, responsável pelas investigações, os suspeitos não têm ligação entre si, mas praticavam o mesmo tipo de crime.

“Essas pessoas realizavam procedimentos cirúrgicos em animais sem utilizar material adequado, nenhum instrumento esterilizado, anestesia, sem linha de sutura adequada. Um dos alvos fazia os procedimentos em cima de telhas residenciais, utilizando relaxantes musculares potentes, que deixam o animal imobilizado. Assim, o animal não tinha  como reagir à dor, mas sentia toda a dor”, explicou a delegada.

Ainda de acordo com a delegada, os suspeitos atraíam os tutores desses animais com preços de procedimentos cirúrgicos mais acessíveis. Porém, esses tutores não sabiam das condições das falsas clínicas. Somente quando os animais começavam a apresentar complicações pós-cirúrgicas, os tutores percebiam a situação

Esses animais eram levados por seus tutores a clínicas veterinárias regularizadas, que começaram a denunciar os crimes. As denúncias deram base para a operação.

Em uma das residências, a polícia encontrou dois gatos recém-operados. A delegada Adília Klein conta que, no local, foram encontradas partes desses animais e medicamentos.

“Eles estavam no meio de fezes, restos de parte de corpo animal, em um ambiente completamente insalubre. Sobemos que houve mortes. Encontramos também bastante material cirúrgico e anestésicos. Vamos aguardar o laudo técnico da perícia para examinar cada material. Mas isso evidencia que os procedimentos eram realizados de forma clandestina e por profissionais que não têm habilitação para isso”, afirmou.

Foto: Renato AndradePresidente do Conselho, Miguel Ferreira
Presidente do Conselho, Miguel Ferreira

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Piauí (CRMV-PI) acompanhou a operação. De acordo com o presidente do Conselho, Miguel Ferreira, a situação desses locais era de calamidade. Ele explica que a população precisa ficar atenta a essas situações, pois uma clínica veterinária legalizada e com profissionais capacitados não será vista nas condições daquelas que foram alvo da operação.

“Para nós do Conselho, é uma calamidade. É muito triste um veterinário ser trocado por outro que não é formado. Uma clínica, por exemplo, tem toda uma proposta para oferecer conforto e segurança aos animais. Aqui vimos a pior forma de maus-tratos, motivada pelo dinheiro, colocando em risco esses animais e as pessoas também”, afirmou.

O Conselho disponibiliza canais de denúncias em seu site e encaminha essas denúncias de falsos veterinários à polícia. De acordo com a DPMA, em 2025, foram registradas 73 denúncias de maus-tratos a animais. Os casos seguem em investigação.

Fonte: Revista40graus e colaboradores

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