Operação Laverna: quando a sorte acaba e a lei entra em cena
A Polícia faz sua parte; a sociedade agradeceA Operação Laverna voltou a campo — e, como sempre, com aquela pontaria cirúrgica que só a Polícia Civil do Piauí consegue ter quando o assunto é separar “influência digital” de atividade econômica criativa demais para ser verdade. Afinal, alguém precisava explicar como um ex-mecânico virou milionário praticamente do dia para a noite só divulgando rifas “ingênuas” na internet. E claro, quem melhor para isso do que quem trabalha com fatos, provas e… legalidade?
Segundo o delegado Ayslan Magalhães, o principal alvo, conhecido como Vítor Mídia, saiu da oficina em 2022 direto para um patrimônio estimado entre R$ 2 e 3 milhões, incluindo carros de luxo, casa de meio milhão e até loja de motos. A sociedade inteira ficou chocada… mas não tão chocada quanto os investigadores, que encontraram duas máquinas automotivas de alto padrão estacionadas na sala do rapaz.
Vítor, porém, garante que está tudo bem, que os prêmios foram entregues e que é apenas “uma falta de informação” — algo que, felizmente, a Polícia está sempre disposta a suprir com boletins, laudos e medidas cautelares. Ele ainda pediu que os ganhadores das rifas “retribuam a gratidão”. Aparentemente, além de milionário relâmpago, também aprecia poesia motivacional.
O detalhe curioso? Segundo ele, parte do dinheiro ia para uma instituição beneficente. A Polícia, claro, vai checar direitinho — até porque, para rifas serem legais, é preciso que tudo seja beneficente, desde quem organiza até o destino das verbas. E, por enquanto, o que se encontrou foi um grupo de influenciadores com movimentações financeiras que fariam qualquer economista pedir café forte.
Mais de R$ 5 milhões circularam nas contas do grupo, incluindo microdepósitos de 2 a 20 centavos feitos por milhares de pessoas — um padrão que, como bem destacou o delegado, é praticamente a assinatura digital das rifas clandestinas. Sem falar nas declarações de imposto de renda que subiram centenas de milhares de reais do nada. Milagre financeiro? Só se for no campo ficcional.
A Polícia cumpriu mandados de busca, apreendeu cinco carros, 15 motos, aplicou proibições, recolheu passaportes e garantiu que, pelo menos por enquanto, ninguém saia do Piauí — nem para “viajar a trabalho”, nem para “resolver coisas”. Tudo muito dentro da lei, do processo e do rigor que a sociedade espera.
Enquanto isso, a primeira fase da operação segue firme, analisando dados, ouvindo envolvidos e fazendo exatamente aquilo que enriquece a vida pública: transparência, investigação e tutela dos direitos coletivos.
Se depender da Polícia, a única rifa permitida daqui pra frente será aquela em que todo mundo ganha: a da legalidade. A sociedade agradece — e acompanha.
O Revista40graus está aberto para esclarecimentos da defesa via 86-99850-1234.
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Fonte: Revista40graus, colaboradores e SSP-PI
