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Bolsonaro pede urgência aos Poderes para que atendam exigências de Trump

O ex-presidente parece um alucinado e fomenta o antipatriotíssimo
Redação

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ainda na quinta-feira (10) ação urgente dos Poderes brasileiros, ao falar pela primeira vez sobre o aumento da sobretaxa para 50% sobre produtos importados do Brasil imposto pelos Estados Unidos por meio do presidente Donald Trump, seu fiel aliado.

Foto: Brendan Smialowski - 19.mar.2019/AFPJair Bolsonaro e Donald Trump em imagem de 2019
Jair Bolsonaro e Donald Trump em imagem de 2019

"O Brasil caminha rapidamente para o isolamento e a vergonha internacional. A escalada de abusos, censura e perseguição política precisam parar. O alerta foi dado, e não há mais espaço para omissões", disse, no X, antigo Twitter.

Em sua postagem, Bolsonaro deixa claro sem entrar no mérito do tarifaço, citando a medida, e, ao pedir pressa às autoridades brasileiras diante das exigências de Trump, ele age em causa própria. Isso porque Trump cobra o encerramento do julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) que ainda neste ano pode levar Bolsonaro a uma nova condenação e a uma pena de prisão de até 40 anos pela trama golpista.

Bolsonaro falou ainda de sua admiração e seu respeito pelo governo dos EUA. Mencionado na carta enviada por Trump ao presidente Lula, ele atribuiu a medida do aliado à diplomacia do governo brasileiro, seguindo a mesma estratégia da adotada por seus aliados desde que a sobretaxa foi anunciada em uma tentativa de desvirtuar o que realmente está por trás da atitude do presidente americano.

"Recebi com senso de responsabilidade a notícia da carta enviada pelo presidente Donald J. Trump ao governo brasileiro, comunicando e justificando o aumento tarifário de produtos brasileiros. Deixo claro meu respeito e admiração pelo Governo dos Estados Unidos", disse na rede social.

"A medida é resultado direto do afastamento do Brasil dos seus compromissos históricos com a liberdade, o Estado de Direito e os valores que sempre sustentaram nossa relação com o mundo livre. Isso jamais teria acontecido sob o meu governo", completou de forma alucinada com mais esta fake news.

Bolsonaro citou ainda a "caça às bruxas", termo utilizado pelo próprio Trump, como justificativa da medida econômica, afirmando que não seria apenas contra ele, mas "milhões de brasileiros". O ex-presidente esqueceu de citar o BRINCs.

"O que está em jogo é a liberdade de expressão, de imprensa, de consciência e de participação política. Conheço a firmeza e a coragem de Donald Trump na defesa desses princípios. O Brasil caminha rapidamente para o isolamento e a vergonha internacional", afirmou ainda em uma tentativa de potencializar um discurso sem fundamento usando mais uma vez fake news.

Por fim, Bolsonaro pede aos Poderes que apresentem "com urgência" medidas para resgatar o que ele chamou de normalidade institucional do país. Lembrando que o Brasil está plenamente funcional e com seus Poderes atuando normalmente.

Aliados do ex-presidente, na noite de quarta-feira (9), já admitiam reservadamente haver um desgaste para ele e para o seu grupo político com o aumento da sobretaxa para 50%.

A decisão de Trump faz parte de uma ofensiva para defender Bolsonaro, e a carta do americano cita o ex-presidente diretamente. Há uma avaliação entre os aliados do ex-presidente de que, por ora, o governo Lula tem conseguindo emplacar o discurso de que o ato fere a soberania do país e lembrando que a atitude do americano tem como objetivo desestabilizar o Brasil e o BRINCs.

Embora haja incerteza em torno das consequências econômicas e políticas da decisão de Trump, bolsonaristas já buscam blindar o ex-presidente da crise.

Na Presidência, Bolsonaro acumulou uma série de declarações golpistas às claras, provocou crises entre os Poderes, colocou em xeque a realização das eleições de 2022, ameaçou não cumprir decisões do STF e estimulou com mentiras e ilações uma campanha para desacreditar o sistema eleitoral do país.

Após a derrota para Lula, incentivou a criação e a manutenção dos acampamentos golpistas que se alastraram pelo país e deram origem aos ataques do 8 de janeiro.

Nesse mesmo período, adotou conduta que contribuiu para manter seus apoiadores esperançosos de que permaneceria no poder e, como ele mesmo admitiu publicamente, reuniu-se com militares e assessores próximos para discutir formas de intervir no TSE e anular as eleições.

Saudosista da ditadura militar (1964-1985) e de seus métodos antidemocráticos e de tortura, o ex-presidente já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é réu no STF sob a acusação de ter liderado a trama golpista de 2022. Hoje está inelegível ao menos até 2030.

Caso seja condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, a pena pode passar de 40 anos de prisão.

Fonte: Revista40graus e colaboradores

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